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04/03/2003 - 08h00

Sem dinheiro, "Trio de Ferro" fica sem estrelas

PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo

A derrocada dos grandes patrocínios no futebol brasileiro deixou o ´Trio de Ferro" paulista com elencos bem menos estrelados.

A nova realidade fica evidente na comparação entre o que acontece agora, nas semifinais do Paulista, com a realidade da temporada 2000, quando Corinthians, Palmeiras e São Paulo ficaram juntos pela última vez entre os quatro melhores do Estado.

Há três anos, os times mais ricos de São Paulo tinham 21 jogadores que já haviam entrado em campo para defender a seleção brasileira. Hoje, relacionam apenas dez selecionáveis -alguns, com passagens pouco relevantes pelo time nacional, como os corintianos Kléber, Rogério e César.

O "empobrecimento" do elenco atingiu as três agremiações.

O mais afetado foi o Palmeiras, que não conta com o apoio da Parmalat, que bancou o clube em quase toda a década passada, desde 2000, quando já estava enfraquecido, mas ainda contou no Estadual com uma constelação de sete selecionáveis. Entre eles, o lateral-esquerdo Júnior, o zagueiro Roque Júnior, o volante César Sampaio e o meia Alex.

Hoje, a realidade no Parque Antarctica é bem diferente. Às vésperas de disputar a segunda divisão do Brasileiro, o time tem agora apenas dois jogadores que atuaram pela seleção brasileira. Um deles, o meia Zinho, aproxima-se do final da carreira.

No Corinthians, o esquadrão dos tempos do HMTF também é coisa do passado. Quando perdeu para o São Paulo nas semifinais do Paulista-2000 o clube tinha o goleiro Dida, o meia Ricardinho e o atacante Edílson, campeões mundiais no ano passado.

Único integrante do "Trio de Ferro" que não conheceu a realidade de um grande parceiro, o São Paulo registrou uma queda de qualidade menor no seu elenco -tinha seis jogadores com passagens pela seleção em 2000, contra quatro do grupo atual.

No banco, o brilho dos grandes de São Paulo também diminuiu. No Paulista-00, Luiz Felipe Scolari ainda era treinador do Palmeiras, que hoje lista Jair Picerni.

Com equipes muito mais estreladas, os grandes tinham "luxos" inimagináveis atualmente. Em 2000, quando também disputavam a Libertadores, Corinthians e Palmeiras chegaram às semifinais mesmo poupando os titulares em várias partidas. Agora, os dois times, com as equipes principais, penaram para ganhar a maior parte dos confrontos.

Sem dinheiro, o "Trio de Ferro" apelou às categorias de base. O Corinthians tem três titulares (Anderson, Kléber e Gil) formados no próprio clube. Tradicionalmente relapso na lapidação de atletas, o Palmeiras utiliza também a prata-da-casa no Paulista-2003, como o goleiro Marcos e o atacante Thiago Gentil.

A queda no número de grandes nomes nos principais clubes da capital paulista teve reflexos na bilheteria da competição.

Nenhum jogo das quartas-de-final, apesar de horários e clima favoráveis, conseguiu reunir mais de 10 mil pagantes, marca ridícula quando comparada à dos anos de fartura do "Trio de Ferro".

Em 1998, quando ainda tinha Gamarra, Rincón e Marcelinho, o Corinthians juntou na primeira fase do Paulista um publico médio de quase 23 mil pagantes por jogo.

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