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16/03/2003 - 12h54

Maurren Maggi é a 1ª brasileira a subir ao pódio do Mundial de atletismo

ADALBERTO LESTER FILHO
da Folha de S.Paulo

A brasileira Maurren Higa Maggi, 26, conseguiu vários feitos ao ganhar a medalha de bronze do salto em distância no Mundial indoor, encerrado hoje, em Birmingham, na Inglaterra.

A saltadora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha em um Mundial de atletismo.

Anteriormente, a melhor colocação obtida por uma mulher do país em uma competição desse nível havia sido o quarto lugar de Aída dos Santos no salto em altura dos Jogos de Tóquio, em 1964.

Em Mundiais de atletismo, o melhor resultado de uma brasileira havia sido da própria Maurren. No Mundial de Edmonton-2001, em pista descoberta, a saltadora havia ficado em sétimo lugar.

O bronze de Maurren em Birmingham também foi a primeira medalha do país em uma prova de campo em Mundiais, tanto indoor, quanto em pista descoberta.

As outras vezes em que os atletas do Brasil subiram ao pódio foram em provas de pista ou de rua.

Além disso, com o resultado de hoje, Maurren quebrou um incômodo jejum de medalhas. Havia 14 anos que o Brasil não subia ao pódio em um Mundial indoor. A última vez que isso aconteceu foi com Zequinha Barbosa, bronze nos 800 m do Mundial de Budapeste, na Hungria, em 1989.

"A medalha já era esperada. Mas, em Mundiais anteriores, esperávamos ir ao pódio em algumas provas e não fomos. Temos que comemorar", afirmou Nélio Moura, técnico da brasileira.

Para obter o feito de hoje, Maurren se beneficiou do atalho de ter ido direto para a final da prova, sem ter que disputar a eliminatória, marcada para ontem, mas que acabou cancelada.

Com índices mais rigorosos estabelecidos pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), poucas atletas conseguiram se classificar para este Mundial indoor. Por isso, o salto em distância teve a participação de somente nove competidoras.

Maurren não começou bem. Sua melhor marca nos dois primeiros saltos foi um 6,64 m, o que seria insuficiente para subir ao pódio. Já a russa Tatyana Kotova _apontada como a principal adversária da brasileira_ garantiu o ouro logo em seu primeiro salto, com a marca de 6,84 m.

Na terceira rodada, porém, Maurren saltou 6,70 m, superando a russa Olga Rublyova e a ucraniana Inessa Kravets, cujas melhores marcas eram de 6,68 m.

No sexto e último salto, Kravets deu o troco e saltou 6,72 m, aproximando-se da prata. Maurren tinha sua última tentativa, mas fracassou, obtendo 6,45 m. Mesmo assim, garantiu o bronze, já que Rublyova, sua concorrente direta ao pódio, queimou seu salto.

"Poderia ter ido melhor se tivesse mais ritmo", disse Maurren ao técnico Nélio Moura, logo após garantir a medalha de bronze.

A atleta não disputou nenhum meeting indoor neste ano. A temporada, mais curta em relação às competições em pista descoberta, começou em fevereiro e termina neste mês. "As datas das provas não foram favoráveis para que ela viajasse", justificou Moura.

Volta por cima

Antes de conquistar o bronze no Mundial de Birmingham, Maurren Maggi colecionava uma série de fracassos em competições importantes.

Nos Jogos de Sydney-2000, ela sentiu uma lesão muscular na coxa direita durante a eliminatória e abandonou a prova.

No ano seguinte, Maurren era apontada como a principal candidata brasileira à medalha no Mundial de Edmonton (pista descoberta) _acabou em sétimo. Apesar disso, também em 2001, Maurren conquistou o ouro na Universíade, em Pequim, e nos Jogos da Amizade, em Brisbane, na Austrália.

Atualmente, é recordista sul-americana do salto em distância, do salto triplo e dos 100 m com barreiras. Hoje, bateu o recorde sul-americano do salto em distância indoor.

Jadel Gregório

O outro brasileiro que disputou uma final hoje, em Birmingham, não obteve um bom resultado. Ele ficou em sexto lugar na final do salto triplo. O vencedor foi o sueco Christian Olsson, que era apontado como favorito. Ele saltou 17,70 m.

Depois de ter obtido três medalhas em meetings indoor em 2002 _duas pratas e um bronze_, Jadel não atingiu uma marca expressiva na final de hoje. Ele queimou quatro de suas seis tentativas. Na melhor delas, a sexta e última, saltou 16,86 m.

História

Com o bronze conquistado por Maurren Maggi, o Brasil chegou a marca de cinco medalhas na história do Mundial Indoor. O melhor resultado foi obtido por Zequinha Barbosa, em 1987. Naquela ocasião, ele conquistou o ouro nos 800 m, em Indianápolis.

Dois anos depois, na mesma prova, Zequinha ficou com a medalha de prata, no Mundial de Budapeste.

A prova dos 200 m rasos também já deu algumas felicidades ao Brasil. Em 1985, em Paris, José Batista Fugêncio conquistou a medalha de bronze. Resultado que Robson Caetano repitiu em 1987, em Indianápolis.

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