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04/04/2003
-
08h36
Homem-forte da F-1, Bernie Ecclestone em pessoa foi o arauto da notícia em Interlagos: as equipes participantes do GP Brasil vão exibir propaganda de cigarros a partir dos primeiros treinos, na manhã de hoje, em São Paulo.
Após uma reunião com Jean Todt, diretor-esportivo da Ferrari, afirmou que mesmo o time italiano, que até então havia apagado a logomarca de seu patrocinador, voltaria atrás na decisão.
Ecclestone foi direto: "Aqui não há restrições à publicidade de tabaco". Questionado então sobre a polêmica em torno da lei antitabagista do país, foi ainda mais lacônico: "Isso é o Brasil".
E após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se negar a aplicar multas aos infratores da lei 10.167, o GP Brasil ganhou ontem uma espécie de anuência oficial para atropelar a legislação que trata das restrições à publicidade de cigarro no país.
Uma carta assinada pelo ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, foi distribuída para as cinco equipes que contam com publicidade de cigarro: Ferrari, McLaren, BAR, Renault e Jordan. Muita gente ficou aliviada no paddock.
"Hoje [ontem] de manhã, os advogados da Souza Cruz recomendaram que tirássemos a marca de cigarro porque a gente só tinha a nosso favor um parecer da CBA [Confederação Brasileira de Automobilismo]", disse Yan Lefort, relações-públicas da BAT, grupo tabagista proprietário da BAR. "Agora que recebemos uma carta oficial, do Ministério do Esporte, vamos voltar a pôr nossa marca."
Além de Ferrari e BAR, outros envolvidos haviam tomado a iniciativa de evitar infringir a lei.
A Rede Globo, por exemplo, orientou sua equipe a não focalizar as marcas de cigarro.
Fora do autódromo, surgem protestos contra a atitude do governo federal, tomada a partir de um pedido da Prefeitura de São Paulo, co-promotora da prova.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia protocolou um protesto na Anvisa. E um advogado de São Paulo, Carlos Perin Filho, entrou com uma ação no Tribunal Regional Federal para obrigar as equipes a tirarem os patrocínios.
Resultado ou não dessas reações, Queiroz reuniu-se ontem à noite com outros dois ministros, Humberto Costa (Saúde) e José Dirceu (Casa Civil) para uma nova discussão sobre o assunto. Porém, nenhuma mudança de postura foi anunciada.
Especial
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Carta de ministro ratifica GP Brasil sem lei do cigarro
da Folha de S.PauloHomem-forte da F-1, Bernie Ecclestone em pessoa foi o arauto da notícia em Interlagos: as equipes participantes do GP Brasil vão exibir propaganda de cigarros a partir dos primeiros treinos, na manhã de hoje, em São Paulo.
Após uma reunião com Jean Todt, diretor-esportivo da Ferrari, afirmou que mesmo o time italiano, que até então havia apagado a logomarca de seu patrocinador, voltaria atrás na decisão.
Ecclestone foi direto: "Aqui não há restrições à publicidade de tabaco". Questionado então sobre a polêmica em torno da lei antitabagista do país, foi ainda mais lacônico: "Isso é o Brasil".
E após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se negar a aplicar multas aos infratores da lei 10.167, o GP Brasil ganhou ontem uma espécie de anuência oficial para atropelar a legislação que trata das restrições à publicidade de cigarro no país.
Uma carta assinada pelo ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, foi distribuída para as cinco equipes que contam com publicidade de cigarro: Ferrari, McLaren, BAR, Renault e Jordan. Muita gente ficou aliviada no paddock.
"Hoje [ontem] de manhã, os advogados da Souza Cruz recomendaram que tirássemos a marca de cigarro porque a gente só tinha a nosso favor um parecer da CBA [Confederação Brasileira de Automobilismo]", disse Yan Lefort, relações-públicas da BAT, grupo tabagista proprietário da BAR. "Agora que recebemos uma carta oficial, do Ministério do Esporte, vamos voltar a pôr nossa marca."
Além de Ferrari e BAR, outros envolvidos haviam tomado a iniciativa de evitar infringir a lei.
A Rede Globo, por exemplo, orientou sua equipe a não focalizar as marcas de cigarro.
Fora do autódromo, surgem protestos contra a atitude do governo federal, tomada a partir de um pedido da Prefeitura de São Paulo, co-promotora da prova.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia protocolou um protesto na Anvisa. E um advogado de São Paulo, Carlos Perin Filho, entrou com uma ação no Tribunal Regional Federal para obrigar as equipes a tirarem os patrocínios.
Resultado ou não dessas reações, Queiroz reuniu-se ontem à noite com outros dois ministros, Humberto Costa (Saúde) e José Dirceu (Casa Civil) para uma nova discussão sobre o assunto. Porém, nenhuma mudança de postura foi anunciada.
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