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19/04/2003 - 00h01

Schumacher volta a correr sob pressão

FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Imola

Michael Schumacher volta ao passado, neste sábado, em Imola. Para a temporada de 2000, quando a Ferrari corria sob pressão, carregando o peso de 20 anos sem títulos do Mundial de Pilotos de F-1.

Após dois anos de sossego e hegemonia nas pistas, é justamente assim, enfrentando cobrança por resultados, que o alemão tenta a pole position para o GP de San Marino. O treino oficial, que define o grid da quarta etapa do campeonato, acontece às 9h, com TV.

A Ferrari é apenas a terceira no Mundial de Construtores, atrás de McLaren e Renault. Entre os pilotos, Rubens Barrichello é o sétimo, e Schumacher, o oitavo.

Para complicar, a equipe corre em Imola com o F2002, carro que venceu 14 dos 15 GPs que disputou no ano passado, mas que já não é mais tão competitivo. O novo modelo, o F2003-GA, ainda não mostrou resistência para aguentar o ritmo de uma prova.

A pressão vem de todos os lados. Dos "tifosi", da imprensa italiana, dos adversários, das estatísticas e até da meteorologia.

O pentacampeão procura se mostrar indiferente a tudo isso. E nesta sexta, pelo menos, deu um passo importante para conquistar a 52ª pole de sua carreira: foi o mais rápido no treino pré-classificatório, seguido por Barrichello.

"Esta mesma equipe passou por momentos piores em um passado não muito distante", afirmou Schumacher, em Imola, a casa ferrarista -o autódromo fica a apenas 80 quilômetros da fábrica da escuderia, em Maranello.

"Espero um bom resultado, uma vitória neste final de semana para dar alegria aos tifosi", completou, referindo-se aos fanáticos torcedores italianos que já começam a enxergar com desconfiança o desempenho da Ferrari.

Esse estado de espírito é refletido na imprensa do país. Em Imola, por exemplo, Schumacher foi questionado sobre se ainda é o mesmo piloto de antes. "Sim, ainda sou o mesmo", respondeu secamente, com cara de quem não gostou nada da pergunta.

A história também o pressiona. Neste ano, em três GPs disputados, Schumacher não subiu ao pódio nenhuma vez. Caso repita o fiasco em Imola, a situação pode se complicar. Desde 1979, com o também ferrarista Jody Schekter, a F-1 não vê um campeão que ficou por quatro GPs seguidos fora dos três primeiros colocados.

Este é, ainda, o pior início de Mundial do alemão desde 1996, quando chegou à Ferrari para começar sua reestruturação. Naquele ano, em três GPs, ele somou apenas quatro pontos -seriam seis no sistema atual. Fechou o campeonato em terceiro.

Há também a pressão da meteorologia. A previsão é de 30% de chances de chuva no treino de amanhã e de 60% domingo, a partir das 9h, horário da largada.

Neste caso, o problema está nos pneus. A Bridgestone, que equipa a Ferrari, está atrás da Michelin, fornecedora da McLaren e Williams, no desenvolvimento de compostos para pista molhada.

Assim como no Brasil, as duas fábricas trouxeram para Imola pneus intermediários, para pouca chuva, situação em que a Michelin leva ainda mais vantagem.

Nesta sexta, na pré-classificação, mesmo com pista seca, Schumacher disse ter ficado surpreso com o desempenho dos Williams. Ralf Schumacher foi o terceiro, a 0s565 de sua marca, e Juan Pablo Montoya ficou em quarto. "Eles ficaram muito próximos de nós", afirmou o pentacampeão.

Uma rara ocasião em que o alemão deixa escapar alguma preocupação. Hoje, especialmente, não faltam motivos para isso.
 

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