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03/07/2009 - 07h31

Tênis brasileiro agoniza entre os homens e "desaparece" para mulheres

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RAFAEL REIS
da Folha Online

Há 50 anos, Maria Esther Bueno conquistou seu primeiro título de simples em Wimbledon e fez o mundo conhecer o tênis brasileiro. Meio século depois, o esporte caminha para o esquecimento no Brasil.

Com exceção de raros fenômenos, como Gustavo Kuerten, e alguns tenistas que construíram boa trajetória no circuito profissional, casos de Fernando Meligeni, Thomaz Koch e Luiz Mattar, faltam resultados expressivos ao país no período pós-Maria Esther.

No momento, o país não tem nenhum atleta no top 100 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). O mais bem posicionado é o gaúcho Marcos Daniel, já com 30 anos, que ocupa o número 103 da entidade.

Ainda sim, a situação do tênis entre os homens parece um "mar de rosas" quando comparado ao momento vivido pelas mulheres.

A brasileira mais bem posicionada na versão feminina do ranking é Vivian Segnini, que aparece em uma modesta 346ª posição. O país tem apenas outras seis jogadoras colocadas entre as 500 primeiras do mundo.

A última participação de uma atleta nacional na chave de simples de um Grand Slam foi em 1993, com Andréa Vieira. Para se encontrar uma vitória em torneios da mais importante série do circuito mundial é preciso voltar mais quatro anos, quando Gisele Miró passou pela primeira rodada de Wimbledon e do Aberto dos Estados Unidos.

Divulgação
Roxane Vaisemberg já participou do Aberto dos EUA como juvenil
Roxane Vaisemberg já participou do Aberto dos EUA como juvenil

"É um momento muito complicado para o tênis brasileiro. Não temos nenhuma top 300, são poucas jogadoras no circuito e, hoje em dia, a maioria decide optar pelo tênis universitário, muito antes de tentar o profissional. Sofremos muito com a dificuldade de patrocínios e falta de apoio", disse Roxane Vaisemberg, número cinco do Brasil e 481 do mundo.

Assim como Roxane, Nathália Rossi, terceira principal tenista do país na atualidade e 473ª no ranking, também não possui patrocínio. Segundo ela, a falta de dinheiro aliada ao pequeno número de torneios expressivos é o que trava o desenvolvimento da modalidade.

"Acabamos tendo que viajar para torneios fora do país. Isso dificulta nossa subida no ranking, porque viajamos sozinhas. Estou sem treinador, porque no Brasil você precisar pagar muito bem para ter um técnico bom. Fica difícil para mim. Ou pago treinador, ou faço as viagens", afirmou.

Sem patrocinadores fixos, ambas buscam caminhos alternativos para não abandonarem o esporte. Enquanto Nathália é bancada com a ajuda "da família, de amigos do seu pai e de companheiros de academia", Roxane tenta acumular prêmios em competições interclubes e jogos regionais e tem a seu dispor uma equipe que a ajuda sem custo nenhum.

Apesar das dificuldades, Roxane se mantém otimista. Tendo já participado de três dos quatro Grand Slams como juvenil, pretende chegar a ser top 100, nível que, segundo ela, seria suficiente para ter um bom padrão de vida.

A última tenista brasileira a aparecer entre as cem primeiras do mundo foi Andrea Vieira, que chegou a ocupar o 76º lugar, há 20 anos.

"Acredito que tenho condições de alcançar um bom nível, mas sem estrutura é difícil. Aos poucos, procuro me ajeitar. Espero poder dar orgulho ao Brasil um dia, e que esse dia não demore muito", concluiu.

 

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