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03/05/2003
-
00h03
da Folha de S.Paulo, em Barcelona
O assunto voltou à tona em Imola, há duas semanas, e chegou a Barcelona, onde neste sábado a F-1 define o grid para sua quinta etapa. As trapalhadas da Ferrari nos pit stops de Rubens Barrichello.
Para muito torcedor, as impressões são de que o time prejudica o brasileiro e de que boa parte da sua desvantagem para Michael Schumacher é culpa dos boxes.
Mas os mecânicos ferraristas são inocentes. O problema -ou uma fração dele- é de estratégia.
Levantamento inédito feito pela Folha de S.Paulo com o histórico de Barrichello na Ferrari revela que seus pits são em média 0s546 mais velozes que os do alemão. O que prejudica o brasileiro são os planos traçados por ele e o time.
Em média, a diferença de estratégia em relação a Schumacher representa para Barrichello um prejuízo de 3s5 a cada prova.
Uma folga que já decidiu muita corrida. Desde que chegou à Ferrari, em 2000, dez vezes o brasileiro cruzou a linha de chegada com uma desvantagem menor do que essa para o piloto à sua frente. Em sete ocasiões, esse sujeito era Schumacher, vencendo um GP.
Para que as estratégias pudessem ser comparadas, foram adotados dois critérios. A pesquisa levou em conta as provas em que os dois chegaram ao fim, 35 até Imola. E não foram computadas as punições, como drive through e stop and go, em que os pilotos têm de passar pela área de pit.
Nesses 35 GPs, Schumacher parou 65 vezes nos boxes e gastou pouco mais de 33 minutos, média de 31s262 por parada -a cronometragem da FIA é feita da entrada até a saída do pit lane.
Barrichello foi aos boxes 70 vezes. Na média, até por precisar de menos gasolina no tanque, seus pits foram mais velozes: 30s717.
A questão está no tempo a mais em que ficou parado. Nesses cinco pits, levou quase dois minutos. Daí a desvantagem de 3s5 por GP.
Como companheiros de Ferrari, os dois largaram com o mesmo plano em 80% (28) das 35 corridas. Em 17% (6 GPs), Barrichello largou para fazer um pit stop a mais. Em apenas uma prova, o GP da Europa de 2001, Schumacher planejou uma parada a mais.
Em Barcelona, Barrichello assumiu sua parcela de responsabilidade. "A estratégia é decidida antes de cada corrida. Eu não dou a palavra final, mas a equipe também não dá. Existe muita negociação. Eu e o Ross Brawn (diretor técnico da Ferrari) conversamos muito antes de definir alguma coisa", declarou o brasileiro.
Quanto à atuação dos mecânicos, não pareceu surpreso. "Esses números só mostram que aquilo que aconteceu em Imola foi uma exceção. No momento foi frustrante, é claro. Mas o trabalho, normalmente, é ótimo."
Em Imola, um problema na troca do pneu dianteiro esquerdo custou a segunda posição a Barrichello. Foi o segundo erro seguido da Ferrari, que no Brasil o deixou parado com uma pane seca.
Se nenhuma dessas exceções se repetir domingo, o brasileiro pode esperar um bom GP. Afinal, o outro risco, o de um erro na estratégia, é pequeno. Em Barcelona, o plano padrão é de dois pit stops.
Isso na teoria. Se Barrichello e a Ferrari não resolverem inventar.
Estratégia "rouba" 3s5 de Barrichello por corrida
FÁBIO SEIXASda Folha de S.Paulo, em Barcelona
O assunto voltou à tona em Imola, há duas semanas, e chegou a Barcelona, onde neste sábado a F-1 define o grid para sua quinta etapa. As trapalhadas da Ferrari nos pit stops de Rubens Barrichello.
Para muito torcedor, as impressões são de que o time prejudica o brasileiro e de que boa parte da sua desvantagem para Michael Schumacher é culpa dos boxes.
Mas os mecânicos ferraristas são inocentes. O problema -ou uma fração dele- é de estratégia.
Levantamento inédito feito pela Folha de S.Paulo com o histórico de Barrichello na Ferrari revela que seus pits são em média 0s546 mais velozes que os do alemão. O que prejudica o brasileiro são os planos traçados por ele e o time.
Em média, a diferença de estratégia em relação a Schumacher representa para Barrichello um prejuízo de 3s5 a cada prova.
Uma folga que já decidiu muita corrida. Desde que chegou à Ferrari, em 2000, dez vezes o brasileiro cruzou a linha de chegada com uma desvantagem menor do que essa para o piloto à sua frente. Em sete ocasiões, esse sujeito era Schumacher, vencendo um GP.
Para que as estratégias pudessem ser comparadas, foram adotados dois critérios. A pesquisa levou em conta as provas em que os dois chegaram ao fim, 35 até Imola. E não foram computadas as punições, como drive through e stop and go, em que os pilotos têm de passar pela área de pit.
Nesses 35 GPs, Schumacher parou 65 vezes nos boxes e gastou pouco mais de 33 minutos, média de 31s262 por parada -a cronometragem da FIA é feita da entrada até a saída do pit lane.
Barrichello foi aos boxes 70 vezes. Na média, até por precisar de menos gasolina no tanque, seus pits foram mais velozes: 30s717.
A questão está no tempo a mais em que ficou parado. Nesses cinco pits, levou quase dois minutos. Daí a desvantagem de 3s5 por GP.
Como companheiros de Ferrari, os dois largaram com o mesmo plano em 80% (28) das 35 corridas. Em 17% (6 GPs), Barrichello largou para fazer um pit stop a mais. Em apenas uma prova, o GP da Europa de 2001, Schumacher planejou uma parada a mais.
Em Barcelona, Barrichello assumiu sua parcela de responsabilidade. "A estratégia é decidida antes de cada corrida. Eu não dou a palavra final, mas a equipe também não dá. Existe muita negociação. Eu e o Ross Brawn (diretor técnico da Ferrari) conversamos muito antes de definir alguma coisa", declarou o brasileiro.
Quanto à atuação dos mecânicos, não pareceu surpreso. "Esses números só mostram que aquilo que aconteceu em Imola foi uma exceção. No momento foi frustrante, é claro. Mas o trabalho, normalmente, é ótimo."
Em Imola, um problema na troca do pneu dianteiro esquerdo custou a segunda posição a Barrichello. Foi o segundo erro seguido da Ferrari, que no Brasil o deixou parado com uma pane seca.
Se nenhuma dessas exceções se repetir domingo, o brasileiro pode esperar um bom GP. Afinal, o outro risco, o de um erro na estratégia, é pequeno. Em Barcelona, o plano padrão é de dois pit stops.
Isso na teoria. Se Barrichello e a Ferrari não resolverem inventar.
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