Estados Unidos se cansam e já decretam fim da "Beckmania"

Quando o Los Angeles Galaxy contratou o mega-astro David Beckham, 34, a MLS, a liga de futebol profissional norte-americana, apostava ter encontrado o elemento para, enfim, emplacar o esporte mais popular no país mais consumista do mundo. Mas ninguém imaginava que, em apenas dois anos, o que era esperança de crescimento se transformaria em decepção.

Público --no estádio e na TV--, dirigentes e até mesmo companheiros de profissão já não enxergam mais no popstar inglês o catalisador perfeito para o futebol nos EUA.

Depois de duas temporadas mornas na liga profissional, o meia da seleção inglesa viu se dissipar a "Beckmania".

Os 3 a 1 do LA Galaxy diante do NY Red Bulls foram vistos, na quinta, por 23.238 pessoas no Giants Stadium, segundo a MLS. Números menores em relação às estreias de Beckham nas duas temporadas anteriores. Em 2007, a recepção ao astro em sua primeira partida foi feita por 66.237 mil torcedores. No ano passado, o primeiro jogo do Galaxy com o meia em campo atraiu 46.754 pessoas.

Mas, pior que a queda de interesse por Beckham, foi o tipo de público que o inglês atraiu.

Os fãs ansiosos por um autógrafo e com cartazes contendo declarações de amor foram substituídos por torcedores irritados com o jogador, atirando notas falsas de dólar na direção do antes idolatrado atleta.

A queda de popularidade de Beckham é uma junção de dois fatores principais.

O primeiro é a pouca produtividade do meia em campo. A despeito de todo o poder de marketing que a imagem de Beckham tenha, ele tem sido apenas um atleta regular do LA Galaxy. Em 30 jogos, foram cinco gols e 12 assistências.

Mas o segundo fator talvez seja ainda mais preponderante: sua breve passagem pelo Milan, no início do ano.

Durante o tempo em que defendeu o time italiano, Beckham fez e falou de tudo para tentar evitar voltar a jogar nos EUA. Disse que queria retomar a carreira na Europa. E, entre seus colegas de profissão na MLS, essa atitude não pegou nada bem.

O goleiro do New England Revolution Matt Reis afirmou que a presença de Beckham na MLS é mais um desvio de foco do que um chamariz para a liga. "Há um monte de outras histórias para serem contadas."