Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/05/2003 - 22h10

PT desbanca dinastia Collor e toma poder no CSA

LUIZA BARREIROS
da Agência Folha, em Maceió (AL)

Historicamente dirigido por políticos, a grande maioria ligada a partidos de direita, o CSA (Centro Sportivo Alagoano), de Maceió (AL), viveu na última semana um processo de transição histórico.

Numa assembléia realizada na noite de terça-feira, dia 13, os dois mais importantes cargos de direção do time foram assumidos por petistas de carteirinha: Ricardo Coelho, presidente do Diretório Municipal do PT até o início do ano, foi eleito presidente do Conselho Deliberativo, e Abel Duarte, filiado à legenda desde 1986, assumiu a presidência do clube.

Se por influência ou não da chegada do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, o fato é que Abel Duarte, candidato a vereador pelo PT em 1992, assume o comando do clube em substituição ao ex-deputado Euclides Mello, que integrava a junta diretiva desde 1995.

Euclides, que na terça-feira teve que renunciar à direção para que suas contas fossem aprovadas ("com ressalvas"), chegou ao comando da equipe levado pelo primo, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB-AL).

O próprio Collor dirigiu o CSA de 1973 a 1974, quando iniciou sua carreira política como prefeito de Maceió e depois como governador do Estado.

Mais recentemente, de 1999 a 2001, outro integrante da família Collor assumiu a presidência do "Azulão", como o clube é conhecido: o filho do ex-presidente, Arnon Afonso de Mello Neto (PRTB-AL), que tentou se eleger deputado federal, mas, como o pai, que foi candidato a governador do Estado em 2002, acabou derrotado nas urnas.

Também fazem parte da galeria de ex-presidentes do clube mais popular do Estado o ex-deputado federal Augusto Farias (PP), presidente em 1989-90, e o irmão dele, Cláudio Farias, cujo mandato como presidente, entre 1991 e 1992, aconteceu antes da sua eleição para vereador por Maceió. Augusto e Cláudio são irmãos de Paulo César Farias, o PC, ex-tesoureiro de campanha de Collor assassinado em 1996.

O ex-governador Geraldo Bulhões (PFL) também é azulino e presidiu o conselho do CSA de 1991 a 1996. O atual chefe do Executivo, Ronaldo Lessa (PSB), é torcedor do clube e na nova gestão continuou a integrar o conselho do time. O senador Renan Calheiros (PMDB) e a prefeita de Maceió Kátia Born (PSB) também fazem parte da diretoria -esta é presidente de honra do clube.

O presidente do Conselho Deliberativo, Ricardo Coelho, diz que a presença de petistas na direção do CSA foi apenas uma grande coincidência. "Nada foi feito pensando no PT", garante.
Senadora torcedora

O primeiro a aventurar-se nas discussões políticas foi Gino César, secretário-geral do Diretório Regional do PT, e assessor da senadora petista Heloísa Helena (também torcedora) na época em que era deputada estadual.

Em setembro do ano passado, o rebaixamento do CSA para a segunda divisão do Alagoano agravou a situação política do clube, dando início a um impasse que culminou na renúncia de Euclides Mello. Ele, porém, voltou à presidência por força de uma liminar.

Coelho admite que por muito tempo o clube foi utilizado como vitrine por candidatos, mas garante que não tem essa pretensão. "Posso até ser candidato um dia, mas não por isso."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página