Publicidade
Publicidade
23/05/2003
-
00h02
O primeiro sorteio para definir a escala da arbitragem do Brasileiro, como manda o Estatuto do Torcedor, vitimou o mais famoso juiz do país no momento.
Carlos Eugênio Simon, representante do Brasil no apito na última Copa e recordista de finais no Nacional, foi o grande azarão de um evento cheio de trapalhadas e com clima de programa de auditório realizado na sede da CBF.
Comandado por Armando Marques, o chefe da arbitragem, e Virgílio Elísio, diretor do departamento técnico da confederação, o sorteio se alongou por mais de uma hora e acabou mal.
Último nome a ser sorteado, Simon foi indicado para dirigir o confronto entre Santos e Internacional. Como o "astro" do apito é gaúcho, assim como o adversário do time paulista, o impasse foi criado. "Vão procurar a Câmara", respondeu, irritado, Marques sobre como resolver o problema.
Após cinco minutos de conversa particular entre Marques e Elísio, veio a solução. Foi feito um novo sorteio com três outros nomes, e Simon, que também não trabalhou em nenhum torneio de clubes nacional ou internacional na jornada da última quarta-feira, ganhou um descanso forçado no próximo final de semana.
Além desse imbróglio, o sorteio teve outras trapalhadas.
Antes do seu início, uma secretária da CBF tentava convencer os dois cartolas a realizar um ensaio, mas não teve sucesso.
Dessa forma, com um globo típico de bingos de quermesse sobre a mesa, os dirigentes deram início a um demorado processo.
O motivo: a cada jogo era necessário retirar as bolas com os nomes dos árbitros do mesmo Estado que os clubes envolvidos.
Em um desses intervalos, Marques e Elísio foram questionados sobre a possibilidade de acontecer o que acabou ocorrendo depois com Simon, mas descartaram então essa possibilidade.
"O Armando tem um curso de procedimento de arbitragem", disse, bem-humorado, o diretor do departamento técnico.
Depois da demora no processo de escolha dos juízes, o roteiro para a escolha dos auxiliares mudou. Para ganhar tempo, as bolas com os nomes de duplas do mesmo Estado que clubes do jogo em questão não foram retiradas. Quando acontecia a coincidência, os cartolas simplesmente faziam uma nova tentativa.
Na definição da escala para a segunda divisão, Marques novamente ficou irritado.
Quando um juiz amazonense foi indicado para apitar um jogo em Santa Catarina, o chefe da arbitragem reclamou. "Quero ver quem vai pagar a passagem", resmungou Marques.
Para fazer economia, a Série B do Brasileiro vinha indicado juízes de Estados vizinhos aos que abrigam jogos do certame.
Assim, quando uma partida era realizada no Rio Grande do Sul, por exemplo, o mais comum era a indicação de um catarinense.
Se seguiu a nova lei para a definição da escala, a CBF ainda patina em outros pontos.
Ao contrário do que manda o Estatuto do Torcedor, os árbitros não serão previamente remunerados e o pagamento não será efetuado pela CBF. O dinheiro, como sempre, só deve sair após as partidas e será pago pelos mandantes.
'Nosso departamento jurídico ainda vai resolver o caso. Não sabemos se a CBF é que deve pagar ou arrecadar o dinheiro e repassar para os árbitros", afirma Elísio.
Especial
Campeonato Brasileiro
Sorteio de árbitros no Brasileiro deixa Simon de fora
da Folha de S.PauloO primeiro sorteio para definir a escala da arbitragem do Brasileiro, como manda o Estatuto do Torcedor, vitimou o mais famoso juiz do país no momento.
Carlos Eugênio Simon, representante do Brasil no apito na última Copa e recordista de finais no Nacional, foi o grande azarão de um evento cheio de trapalhadas e com clima de programa de auditório realizado na sede da CBF.
Comandado por Armando Marques, o chefe da arbitragem, e Virgílio Elísio, diretor do departamento técnico da confederação, o sorteio se alongou por mais de uma hora e acabou mal.
Último nome a ser sorteado, Simon foi indicado para dirigir o confronto entre Santos e Internacional. Como o "astro" do apito é gaúcho, assim como o adversário do time paulista, o impasse foi criado. "Vão procurar a Câmara", respondeu, irritado, Marques sobre como resolver o problema.
Após cinco minutos de conversa particular entre Marques e Elísio, veio a solução. Foi feito um novo sorteio com três outros nomes, e Simon, que também não trabalhou em nenhum torneio de clubes nacional ou internacional na jornada da última quarta-feira, ganhou um descanso forçado no próximo final de semana.
Além desse imbróglio, o sorteio teve outras trapalhadas.
Antes do seu início, uma secretária da CBF tentava convencer os dois cartolas a realizar um ensaio, mas não teve sucesso.
Dessa forma, com um globo típico de bingos de quermesse sobre a mesa, os dirigentes deram início a um demorado processo.
O motivo: a cada jogo era necessário retirar as bolas com os nomes dos árbitros do mesmo Estado que os clubes envolvidos.
Em um desses intervalos, Marques e Elísio foram questionados sobre a possibilidade de acontecer o que acabou ocorrendo depois com Simon, mas descartaram então essa possibilidade.
"O Armando tem um curso de procedimento de arbitragem", disse, bem-humorado, o diretor do departamento técnico.
Depois da demora no processo de escolha dos juízes, o roteiro para a escolha dos auxiliares mudou. Para ganhar tempo, as bolas com os nomes de duplas do mesmo Estado que clubes do jogo em questão não foram retiradas. Quando acontecia a coincidência, os cartolas simplesmente faziam uma nova tentativa.
Na definição da escala para a segunda divisão, Marques novamente ficou irritado.
Quando um juiz amazonense foi indicado para apitar um jogo em Santa Catarina, o chefe da arbitragem reclamou. "Quero ver quem vai pagar a passagem", resmungou Marques.
Para fazer economia, a Série B do Brasileiro vinha indicado juízes de Estados vizinhos aos que abrigam jogos do certame.
Assim, quando uma partida era realizada no Rio Grande do Sul, por exemplo, o mais comum era a indicação de um catarinense.
Se seguiu a nova lei para a definição da escala, a CBF ainda patina em outros pontos.
Ao contrário do que manda o Estatuto do Torcedor, os árbitros não serão previamente remunerados e o pagamento não será efetuado pela CBF. O dinheiro, como sempre, só deve sair após as partidas e será pago pelos mandantes.
'Nosso departamento jurídico ainda vai resolver o caso. Não sabemos se a CBF é que deve pagar ou arrecadar o dinheiro e repassar para os árbitros", afirma Elísio.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas