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07/06/2003 - 22h57

Tiago Camilo trocou tatame por hospital

GUILHERME ROSEGUINI
da Folha de S.Paulo

A tática havia surtido efeito em todas as lutas: cansar o rival até o último minuto e então dar o ultimato. A 1min35s do término do combate que valia o ouro na categoria dos leves, Tiago Camilo partiu para o ataque. Mas dessa vez não teve a mesma sorte.

O italiano Giuseppe Maddaloni aplicou-lhe um contragolpe, deixou-o estatelado no tatame e ficou com o ouro em Sydney-2000. Mesmo assim, o resultado foi muito festejado. Aos 18 anos, Camilo se tornava o mais jovem atleta brasileiro a chegar ao pódio olímpico no judô.

Eufóricos com o feito, técnicos e entusiastas começaram a projetar uma caminhada repleta de triunfos para o atleta. Só que os desdobramentos de uma lesão no joelho tornaram esse caminho muito mais tortuoso.

Dois meses após os Jogos, em outubro de 2000, Camilo percebeu que as dores na região estavam aumentando. Procurou um médico e recebeu o diagnóstico: síndrome de impacto, popularmente chamada de bursite.
Para voltar a competir, precisaria passar por uma cirurgia e ficar no estaleiro por três meses. "Mas eu não contava com tantas complicações", lembrou.

Seu joelho infeccionou e os três meses de espera se transformaram em oito. Ao final do novo prazo, quando achava que estaria livre para treinar, outra infecção o acometeu. Voltou e ficou mais uma semana internado. Nesse período, acabou perdendo o Mundial sub-20, no final de 2000, e o Mundial adulto, em Munique, um ano depois.

Após quase dez meses sem ver um tatame, Camilo voltou à Associação Desportiva São Caetano para retomar sua carreira.

Só que a ansiedade acabou atrapalhando seus planos. "Voltei a treinar para competir em uma categoria de peso acima da minha [como meio-médio, até 81 kg]. Acabei sofrendo contusões no ombro e no pulso."

Todas essas dificuldades fizeram com que o atleta perdesse a vaga para o Pan-Americano.

Camilo, 21, mora em São Caetano, no ABC paulista, com a mãe e o irmão, também judoca. Em uma caixa especial, colocou a medalha que ganhou em Sydney. Quando a vê, esquece todo esse período nebuloso e lembra sua alegria no pódio australiano. "Sou novo, mas já passei por períodos piores que esse. Tenho certeza: estarei bem para competir em Atenas."

Especial
  • Jogos Pan-Americanos-2003


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