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05/07/2003
-
23h33
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÂO
da Folha de S.Paulo
O legado olímpico é a aposta de São Paulo para vencer a disputa com o Rio. O projeto paulistano prevê uma cidade completamente diferente em 2012, uma revolução como a que se deu em Barcelona, sede dos Jogos-92.
A prefeitura contratou, inclusive, o espanhol Enrique Truño, coordenador-geral da Olimpíada de Barcelona, para atuar como consultor do projeto.
"Ele deu informações interessantes sobre questões indispensáveis para uma candidatura. Esteve em São Paulo, conversou com a prefeitura e com o governo, viu o que a gente tem e chegou a uma conclusão: a cidade tem condições", contou Nádia Campeão, secretária municipal de Esporte.
Ela lembra que, assim como o legado olímpico em Barcelona até hoje é citado pelo Comitê Olímpico Internacional como um dos grandes feitos dos Jogos, o mesmo aconteceria com São Paulo.
O projeto prevê, entre outras megaobras, a construção de 30 parques, duas linhas de metrô e 300 km de ciclovia, a despoluição dos rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros e das represas Billings e Guarapiranga e a ampliação do aeroporto de Cumbica.
Só que aquilo que Campeão considera o ponto forte de São Paulo pode também ser o calcanhar de Aquiles da postulação. A candidatura paulistana é a mais cara de todas as cidades interessadas em receber os Jogos de 2012.
O investimento em infra-estrutura chega a US$ 10,01 bilhões. O relacionado à construção e reforma das instalações esportivas e a parte estritamente operacional dos Jogos atingem US$ 1,64 bilhão, totalizando US$ 11,65 bilhões, quase o triplo da previsão do Rio, US$ 4,7 bilhões.
Apesar de o COI ter dito à reportagem que os custos propriamente ditos não são um problema, contanto que possam ser bancados, o relatório da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Brasileiro apontou-os como ponto negativo da postulação paulistana.
Mas Campeão rebate: "Como custo elevado? Os recursos para os Jogos em si são semelhantes entre Rio e SP. O que muda são os gastos com a cidade. Eu não posso ter capacidade para construir 50 km de metrô? Porque custa muito, é elevado, mas é elevado para quem?", perguntou.
"A cidade precisa e vai fazer. Vamos dizer que é elevado a China [pelo fato de Pequim ser sede dos Jogos de 2008] gastar US$ 13 bilhões em meio ambiente? Ela está gastando porque pode e precisa. Então não é elevado."
No projeto paulistano, a cidade é dividida em cinco núcleos principais: Água Branca, Anhembi, USP/Villa-Lobos, Ibirapuera e Guarapiranga. Os bairros da Água Branca e Barra Funda seriam dois dos mais beneficiados com a revitalização de São Paulo. Neles ficariam a Vila Olímpica e a sede do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.
O estádio olímpico, também na Água Branca, teria capacidade para 75 mil pessoas. Receberia as cerimônias de abertura e encerramento, além das provas de atletismo.
São Paulo se inspira em Barcelona para vencer disputa com o Rio
ADALBERTO LEISTER FILHOJOÃO CARLOS ASSUMPÇÂO
da Folha de S.Paulo
O legado olímpico é a aposta de São Paulo para vencer a disputa com o Rio. O projeto paulistano prevê uma cidade completamente diferente em 2012, uma revolução como a que se deu em Barcelona, sede dos Jogos-92.
A prefeitura contratou, inclusive, o espanhol Enrique Truño, coordenador-geral da Olimpíada de Barcelona, para atuar como consultor do projeto.
"Ele deu informações interessantes sobre questões indispensáveis para uma candidatura. Esteve em São Paulo, conversou com a prefeitura e com o governo, viu o que a gente tem e chegou a uma conclusão: a cidade tem condições", contou Nádia Campeão, secretária municipal de Esporte.
Ela lembra que, assim como o legado olímpico em Barcelona até hoje é citado pelo Comitê Olímpico Internacional como um dos grandes feitos dos Jogos, o mesmo aconteceria com São Paulo.
O projeto prevê, entre outras megaobras, a construção de 30 parques, duas linhas de metrô e 300 km de ciclovia, a despoluição dos rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros e das represas Billings e Guarapiranga e a ampliação do aeroporto de Cumbica.
Só que aquilo que Campeão considera o ponto forte de São Paulo pode também ser o calcanhar de Aquiles da postulação. A candidatura paulistana é a mais cara de todas as cidades interessadas em receber os Jogos de 2012.
O investimento em infra-estrutura chega a US$ 10,01 bilhões. O relacionado à construção e reforma das instalações esportivas e a parte estritamente operacional dos Jogos atingem US$ 1,64 bilhão, totalizando US$ 11,65 bilhões, quase o triplo da previsão do Rio, US$ 4,7 bilhões.
Apesar de o COI ter dito à reportagem que os custos propriamente ditos não são um problema, contanto que possam ser bancados, o relatório da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Brasileiro apontou-os como ponto negativo da postulação paulistana.
Mas Campeão rebate: "Como custo elevado? Os recursos para os Jogos em si são semelhantes entre Rio e SP. O que muda são os gastos com a cidade. Eu não posso ter capacidade para construir 50 km de metrô? Porque custa muito, é elevado, mas é elevado para quem?", perguntou.
"A cidade precisa e vai fazer. Vamos dizer que é elevado a China [pelo fato de Pequim ser sede dos Jogos de 2008] gastar US$ 13 bilhões em meio ambiente? Ela está gastando porque pode e precisa. Então não é elevado."
No projeto paulistano, a cidade é dividida em cinco núcleos principais: Água Branca, Anhembi, USP/Villa-Lobos, Ibirapuera e Guarapiranga. Os bairros da Água Branca e Barra Funda seriam dois dos mais beneficiados com a revitalização de São Paulo. Neles ficariam a Vila Olímpica e a sede do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.
O estádio olímpico, também na Água Branca, teria capacidade para 75 mil pessoas. Receberia as cerimônias de abertura e encerramento, além das provas de atletismo.
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