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13/10/2000 - 07h33

Clubes brasileiros pretendem levar Pelé à CPI

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da Folha de S.Paulo

Os principais clubes brasileiros querem envolver Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, nas investigações que estão previstas para começar semana que vem, quando deverá ser instaurada na Câmara Federal a CPI do Futebol.

A articulação está sendo feita por Eurico Miranda, deputado federal pelo PPB-RJ, já indicado pelo partido para atuar na CPI, como um dos líderes da bancada de futebol na Câmara.

Para o dirigente vascaíno, não tem sentido centrar os trabalhos no contrato da Nike com a Confederação Brasileira de Futebol e nas denúncias contra Wanderley Luxemburgo, ex-técnico da seleção. ''Isso é assunto para o Ministério Público, não para ser discutido numa CPI'', disse Miranda.

Assim como o Senado, o vice-presidente de futebol do Vasco acha que o principal foco de análise deve ser a atuação de agentes de jogadores, alguns dos quais exigiriam o pagamento por negociação de atletas em contas em paraísos fiscais, e, principalmente, a de agências de marketing esportivo.

As duas principais do país, lembra Miranda, são a Traffic, do empresário J. Hawilla, e a Pelé Sports & Marketing. Hawilla, cuja empresa é a principal parceira da CBF, já foi acusado pelo vice do Vasco de ser sócio de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e de manter com o dirigente contas em paraísos fiscais. Pelé, por sua vez, é acusado por Miranda de ter legislado em causa própria.

''Como ministro do Esporte ele foi um ótimo empresário. A Lei Pelé, sem dúvida alguma, ajudaria muito a empresa dele se fosse mantida na íntegra.''

Miranda e o Clube dos 13, que reúne os principais times do Brasil, foram contrários a vários pontos da Lei Pelé, entre os quais o fim do passe e a obrigatoriedade de os clubes virarem empresa.

Por meio da Pelé Sports & Marketing, o ex-ministro já avisou que está à disposição da CPI, caso realmente seja chamado a depor.

Mas ele acha que a estratégia de Miranda é tirar a atenção dos clubes, acusados de burlar o Fisco e de não pagar o que devem à Previdência, jogando holofotes sob sua empresa e a de Hawilla.

Em outras ocasiões, porém, o próprio Pelé lançou suspeitas sobre a Traffic, insinuando que ela teria sido escolhida como principal parceira da CBF por ter feito pagamentos por fora a Teixeira.

Procurados pela Folha, J. Hawilla e Ruy Brisola, diretor da Traffic, não foram encontrados.

Com Miranda na CPI, estarão atuando pelo menos outros quatro deputados ligados ao futebol.

Dois deles são do Rio Grande do Sul, homens de confiança de Fábio Koff, o presidente do Clube dos 13 _Telmo Kirst, do PPB, e Darcísio Perondi, do PMDB, cujo irmão é presidente da Federação Gaúcha. Os outros são Ciro Nogueira (PFL-PI), presidente do River, e Olimpio Pires (PDT-MG), ex-presidente do Itabira. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO e JOSÉ ALBERTO BOMBIG)

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