Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/07/2003 - 09h01

Brasil conquista seu 1º Mundial feminino de iatismo

da Folha de S.Paulo

O Brasil conquistou ontem, pela primeira vez na história, um Mundial feminino de iatismo. O feito foi obtido por Isabel Ficker, 19, e Laura Zanni, 20, na classe 420, que não é olímpica.

"Quando chegamos aqui, não tínhamos idéia de como estavam as gringas. Foi surpresa até para a gente", comemorou Laura.

Chegar a Haylands Islands, na Inglaterra, para competir foi quase uma aventura. A dupla já havia desistido de ir ao Mundial por falta de verba. Porém, de olho em um bom resultado internacional, a Federação Brasileira de Vela e Motor acabou financiando tudo.

Em 2002, Laura e Isabel haviam conseguido o bronze no Mundial de 420, disputado em Tavira (Portugal). Era a melhor colocação das iatistas do país até então.

Na Inglaterra, a maior rival das brasileiras foi justamente a dupla anfitriã, formada por Charlotte Savage e Maia Walsh.

As britânicas começaram melhor, vencendo duas das três primeiras regatas. Laura e Isabel, no entanto, conseguiram uma recuperação impressionante: foram cinco vitórias e um segundo lugar nas provas seguintes.

Savage e Walsh ainda ganharam mais uma regata, a décima, e se aproximaram perigosamente das brasileiras ao ficar à frente das sul-americanas na penúltima disputa do Mundial, realizada anteontem.

A sorte, contudo, voltou a pender para o lado do Brasil. O tempo ruim e um vento de mais de 90 km/h fez com que fosse cancelada a regata de ontem, a última do Mundial. Na classificação final, as campeãs ficaram com 29 pontos perdidos, somente quatro a menos do que as britânicas.

"Nossa meta agora é competir na classe 470 e disputar a Olimpíada de Pequim, em 2008. Para os Jogos de Atenas, é prematuro pensar em alguma coisa", conta Isabel, que é filha de Gunnar Ficker, um dos mais premiados iatistas do país em Pan-Americanos.

Competindo na classe lightning, Ficker conquistou uma medalha de ouro (Caracas-83), duas de prata (Mar del Plata-95 e Winnipeg-99) e duas de bronze (Indianápolis-87 e Havana-91) em Pans.

Classificado para competir novamente na lightning no Pan de Santo Domingo, Ficker viu sua classe ser excluída dos Jogos.

"Foi ele quem me colocou na vela, quando eu tinha sete anos, e me incentivou. Sempre ouço os conselhos dele" conta Isabel, que começou na classe optimist.

Após deixar a optimist, categoria de formação, normalmente o velejador vai para a 420, disputada por atletas de 15 a 20 anos. O barco, que tem 4,20 m de comprimento e pesa cerca de cem quilos, custa cerca de US$ 8.000. A embarcação, por possuir muita regulagem, exige preparo do atleta.

A 470 é uma sequência natural da 420. As medalhistas do Mundial de 420 normalmente seguem carreira olímpica na outra classe.

Esse foi o caso de Belinda Stowell. Campeã da 470 nos Jogos de Sydney-2000, a australiana, que formou dupla com Jenny Armstrong na Olimpíada, havia conquistado, em 1995, o Mundial de 420. Na ocasião, atuou junto com Anna Coxon na competição, disputada em Fremantle (Austrália).

"O Mundial de 420 é considerado um dos mais técnicos por servir de preparação para a 470", explica Nina Castro, dirigente do comitê feminino da FBVM.

Isabel, que chegou a disputar algumas provas neste ano pela nova categoria, começa a investir na 470. A iatista já comprou um barco da nova categoria, feito na Nova Zelândia, por US$ 12 mil.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página