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01/08/2003
-
00h25
Os dirigentes podem estar cheios de otimismo. Os atletas, nem tanto. Não são poucos os competidores e treinadores que reclamam da dificuldade que existe para o dinheiro da Lei Piva chegar a eles. Isto se a verba chega.
"Existe algum problema. A base da pirâmide não tem recebido muita ajuda. Eu, para competir, tenho patrocínio de uma empresa italiana. Não fosse assim, talvez nem estivesse aqui", afirmou o iatista Maurício Santa Cruz.
Daniel Santiago, que competirá ao lado dele e de outros dois velejadores na classe J-24, que não é olímpica, também reclamou.
"Converso com muita gente e a situação não é boa. O cara precisa de muita força de vontade. No iatismo, se você quer saber, hoje tem menos atletas com patrocínio que em Winnipeg´", disse. "Talvez se gaste muito com viagens, congressos, eventos, mas, com o atleta mesmo, ainda não vejo".
No taekwondo, a choradeira é parecida. "O dinheiro mesmo não chega para quem compete. Que eu saiba só no judô tem uma ajuda de custo para o atleta. No taekwondo, não", lamentou Carlos Augusto Negrão, técnico da equipe masculina no Pan.
Rodrigo Artilheiro, lutador de greco-romana, disse que a ajuda existe, "mas só em forma de viagem". "Ajuda de custo nem pensar, o atleta nem fica sabendo como este negócio funciona, tem que lutar mesmo por conta própria", comentou na Vila.
Para piorar a situação, pelo menos 12 confederações não souberam como gastar o dinheiro que receberam da Lei Piva e tiveram de devolvê-lo ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Foi o caso da esgrima, que deixou de usar 6,65% dos R$ 450 mil ganhos em 2002, apesar de haver atletas pedindo ajuda à federação. Também foi o caso do handebol, que não usou R$ 121 mil dos R$ 900 mil recebidos no ano passado, o que gerou um protesto dos principais clubes do país.
A situação mais grave, no entanto, deu-se com o levantamento de peso. A confederação teve de devolver quase a metade dos R$ 450 mil recebidos -R$ 224 mil- com o argumento de que não teria como gastá-los.
Mais uma vez, os atletas reclamaram da falta de projetos e de planejamento da entidade.
Para o COB, a situação já era esperada, pois as confederações se acostumaram a viver na penúria e agora têm de se adaptar a uma nova realidade.
Especial
Jogos Pan-Americanos-2003
Atletas dizem que não recebem dinheiro da Lei Piva
da Folha de S.Paulo, em Santo DomingoOs dirigentes podem estar cheios de otimismo. Os atletas, nem tanto. Não são poucos os competidores e treinadores que reclamam da dificuldade que existe para o dinheiro da Lei Piva chegar a eles. Isto se a verba chega.
"Existe algum problema. A base da pirâmide não tem recebido muita ajuda. Eu, para competir, tenho patrocínio de uma empresa italiana. Não fosse assim, talvez nem estivesse aqui", afirmou o iatista Maurício Santa Cruz.
Daniel Santiago, que competirá ao lado dele e de outros dois velejadores na classe J-24, que não é olímpica, também reclamou.
"Converso com muita gente e a situação não é boa. O cara precisa de muita força de vontade. No iatismo, se você quer saber, hoje tem menos atletas com patrocínio que em Winnipeg´", disse. "Talvez se gaste muito com viagens, congressos, eventos, mas, com o atleta mesmo, ainda não vejo".
No taekwondo, a choradeira é parecida. "O dinheiro mesmo não chega para quem compete. Que eu saiba só no judô tem uma ajuda de custo para o atleta. No taekwondo, não", lamentou Carlos Augusto Negrão, técnico da equipe masculina no Pan.
Rodrigo Artilheiro, lutador de greco-romana, disse que a ajuda existe, "mas só em forma de viagem". "Ajuda de custo nem pensar, o atleta nem fica sabendo como este negócio funciona, tem que lutar mesmo por conta própria", comentou na Vila.
Para piorar a situação, pelo menos 12 confederações não souberam como gastar o dinheiro que receberam da Lei Piva e tiveram de devolvê-lo ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Foi o caso da esgrima, que deixou de usar 6,65% dos R$ 450 mil ganhos em 2002, apesar de haver atletas pedindo ajuda à federação. Também foi o caso do handebol, que não usou R$ 121 mil dos R$ 900 mil recebidos no ano passado, o que gerou um protesto dos principais clubes do país.
A situação mais grave, no entanto, deu-se com o levantamento de peso. A confederação teve de devolver quase a metade dos R$ 450 mil recebidos -R$ 224 mil- com o argumento de que não teria como gastá-los.
Mais uma vez, os atletas reclamaram da falta de projetos e de planejamento da entidade.
Para o COB, a situação já era esperada, pois as confederações se acostumaram a viver na penúria e agora têm de se adaptar a uma nova realidade.
Especial
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