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08/08/2003 - 08h43

COB cogita boicote a pódio dominicano no Pan

da Folha de S.Paulo, em Santo Domingo

Pódio com dominicano não dá mais. Irritados com o que consideram descaso dos organizadores nas cerimônias de premiação, os brasileiros ameaçam não subir mais ao pódio quando um dos premiados for atleta da casa.

É que, na avaliação do Comitê Olímpico Brasileiro, quando um dominicano ganha medalha, os demais atletas são desrespeitados.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, classificou como "absurda" a situação vivida anteontem por Osmar Barbosa e Fabiano Peçanha, prata e bronze nos 800 m. Como o dominicano Félix Sánchez ganhou o ouro logo depois, nos 400 m com barreiras, as atenções foram todas para ele.

Segundo o COB, mais de uma hora após a vitória de Sánchez, a organização lembrou dos outros medalhistas. Mas era tarde. Barbosa já tinha ido embora, e Peçanha recebeu instrução do COB para fazer o mesmo. "Sempre que houver final com dominicanos teremos problemas", disse Nuzman, acrescentando que nunca tinha visto cena como aquela. Achraf Tadili (CAN), ouro nos 800 m, subiu ao pódio sozinho.

Antônio Fernandes, chefe da delegação brasileira de atletismo, argumenta na mesma linha. "Ninguém nos avisou a que horas seria a premiação, se é que ela iria acontecer. Só pensavam no Sánchez. Foi um abuso. Quando nos avisaram, era tarde. Eu falei com o Marcus Vinícius [Freire, chefe da missão brasileira], e ele disse para o Fabiano não subir ao pódio."

E a Folha de S.Paulo apurou que é esta a recomendação do COB caso situação como aquela, num pódio com os dominicanos, volte a ocorrer.

Ontem, a entidade enviou um protesto ao Comitê Organizador dos Jogos (Copan) e pediu para ser marcada a premiação dos brasileiros. Assim, Hudson de Souza e Marilson dos Santos, que haviam ganho o ouro e o bronze nos 5.000 m, na terça, receberam suas medalhas ontem à noite --o mexicano, que fora prata na prova, não participou da premiação, pois já havia regressado a seu país.

Quanto às medalhas de Peçanha e Barbosa, o Copan informou que elas lhes serão enviadas, mas não haverá premiação. A alegação é que foi sugerido a Peçanha subir ao pódio com Achraf Tadili, mas ele não topou. "Eles ficaram desapontados, especialmente o Fabiano. É de uma pequena cidade do Sul [Santa Cruz do Sul] e lá seria uma festa vê-lo no pódio. O gosto agora não vai ser o mesmo. Foi chato", contou Fernandes.

Mas as reclamações dos brasileiros não param aí. Lamentam também que, na premiação do basquete, os dominicanos, prata, quebraram o protocolo. Deixaram o Brasil, o campeão, ser homenageado por último, quando deveria ter sido o primeiro.

Além do Brasil, Colômbia, Cuba, Venezuela, Peru e Uruguai também protestaram. Reclamaram de hinos e bandeiras trocados e da falta de informações sobre a entrega das medalhas.

O Copan reconheceu as falhas e atribuiu as do atletismo e do basquete à alegria pelas conquistas do país. A Organização Desportiva Pan-Americana, que gerencia o esporte nas Américas, considerou os fatos lamentáveis e disse que pedirá providências urgentes. Nada fará, porém, no caso de Peçanha e Barbosa, pois acha que eles poderiam ter esperado e participado da premiação anteontem.

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