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11/08/2003 - 00h22

Em Santo Domingo, natação brasileira tenta esquecer Winnipeg

EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO

da Folha de S.Paulo

A ordem já foi deflagrada na natação: esquecer Winnipeg. Quatro anos após arrebatar 15 medalhas no Canadá, sendo sete de ouro, a delegação brasileira que começa nesta segunda a disputar os Jogos quer paz em Santo Domingo.

O argumento é uniforme e permeia o discurso de atletas e técnicos: aquela foi uma competição atípica. Na República Dominicana, é preciso ter mais cautela.

"Tudo deu certo no Pan de Winnipeg. Aqui a coisa será diferente. Continuamos com uma equipe forte, vamos brigar por muitas medalhas, mas não dá para ficar dizendo que vamos salvar o país", afirmou Ricardo Cabral, um dos treinadores da equipe.

Há quatro anos, a natação foi a grande responsável pelo crescimento do Brasil na classificação geral dos Jogos. Nos derradeiros dias de competição, as medalhas logradas nas piscinas alçaram o país à quarta posição do Pan.

E não é o número de medalhas que preocupa. Para os treinadores, o país pode repetir ou até ir além das 15 obtidas. O problema está na quantidade de ouros.

"Chegar a sete ouros não é impossível, mas será muito difícil. Temos muita gente entre os três melhores em cada prova, mas poucos estão ranqueados em primeiro lugar", afirmou Mirco Cevales, também treinador do time.

O receio persiste mesmo com a informação de que EUA e Canadá, principais adversários dos brasileiros, enviaram equipes desfalcadas para o evento.

"Mesmo assim, eles possuem elencos fortíssimos. O time norte-americano, por exemplo, tem um cara com oito medalhas olímpicas [o velocista Gary Hall Jr]. Não dá para dizer que será uma competição fraca", explicou outro membro da comissão técnica brasileira, Alberto Pinto da Silva.

O trunfo que a delegação apresenta está na longa preparação para o Pan. Os nadadores puderam realizar dois treinamentos na altitude de Puebla, no México e receberam acompanhamento biomecânico de um especialista estoniano. De quebra, disputaram o último Mundial, em Barcelona, apenas como treinamento de luxo para Santo Domingo.

Na Espanha, nenhum brasileiro chegou ao pódio. "Nosso treinamento foi todo planejado para os nadadores chegarem no auge aqui. Em Winnipeg, também não esperávamos muita coisa e arrebentamos. Vai que acontece de novo?", questionou Cabral.

Só que muita coisa mudou nos últimos quatro anos. Naquela época, ao menos quatro atletas do país apareciam no ranking entre os cinco melhores do planeta.

Hoje, nenhum brasileiro pode ostentar essa marca.

Nesse vácuo, quem conseguiu espaço foram as mulheres. Antes presentes no pódio apenas em revezamentos, elas agora têm chance de angariar medalhas também em provas individuais.

"Foi um crescimento natural. Estamos ansiosas e muito confiantes para nadar aqui", disse Mariana Brochado, que disputa os 200 m livre e os 400 m livre.

Com muitas ou poucas medalhas, o torneio já será histórico para a natação do Brasil. Gustavo Borges, 31, encerra em Santo Domingo sua participação em Pans.

Ele é o recordista brasileiro de medalhas no evento --15 no total. Agora, busca ampliar e dar números finais para a sua coleção. Mas, como todos os seus companheiros, não quer falar em ouro.

Especial
  • Perfil da delegação brasileira de natação
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