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12/08/2003 - 08h29

Atletas brasileiros vão bem no Pan, mas não se iludem com os resultados

ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS

da Folha de S.Paulo

Os atletas brasileiros em Santo Domingo vão bem, abrem frente na disputa pelo terceiro lugar com o Canadá e se aproximam de bater o recorde de medalhas do país em Jogos Pan-Americanos, mas, ao contrário dos cartolas, não se iludem com isso.

Após a chuva de pódios em Winnipeg e o resultado ruim em Sydney, uma medalha no Caribe é celebrada, mas com ressalvas.

"Os Jogos Pan-Americanos são importantes para a confederação de ginástica e para o COB. Para nós, o que vale mesmo é o Mundial", afirmou a ginasta Daiane dos Santos, que ganhou um bronze no torneio por equipes.

"Achei a prova fraca. Com esse tempo, não vou chegar a lugar nenhum", disse Hudson de Souza após ganhar a medalha de ouro nos 5.000 m no atletismo.

Hudson, um meio-fundista improvisado em uma competição de fundo, é a imagem do baixo nível das provas do Pan, opinião não compartilhada pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. "É prematuro fazer qualquer avaliação, mas o nível do Pan é alto. México, Venezuela e Argentina cresceram. E o Canadá é fortíssimo", disse ele.

A realidade, porém, depõe contra o dirigente. Após o fim das provas do atletismo, houve oito quebras de marcas do Pan em 46 provas. Mas nenhuma delas em competições nobres. Para ter uma idéia, João do Pulo, morto em 99, é absoluto no salto triplo. Seus 17,89 m obtidos há 28 anos não foram superados por Yoandry Betanzo, que saltou 63 centímetros a menos para garantir o ouro.

A ginástica artística, que levou dez medalhas, enfrentou rivais enfraquecidos. Os EUA enviaram uma equipe B para preservar seus principais atletas para o Mundial.

"Em termos de mídia, o Pan é mais importante. Mas o que vai dar vaga na Olimpíada é o Mundial", diz Daniele Hypólito, que desistiu da prova de solo do Pan.

O basquete masculino levou o bi após bater times debilitados. "Os EUA não vieram com uma equipe forte, e a República Dominicana não foi um grande adversário na final. O Pan serviu como empurrão. Nosso objetivo é o Pré-Olímpico", afirma o técnico Lula.

O remo disputou boa parte das regatas contra o número mínimo de barcos. No oito com, o país foi inscrito de última hora para haver cinco embarcações na disputa.

A mesma situação foi vivida nos saltos ornamentais, com as brasileiras disputando a plataforma sincronizada só para a prova acontecer --ficaram em último.

Até Cuba, que dá valor ao Pan, abriu mão de alguns esportes. A festa de ontem, pelo triunfo do handebol masculino, poderia não ter acontecido se os tricampeões dos Jogos tivessem viajado. "Normalmente, Cuba é favorita. Mas eles não vieram. Isso abriu caminho para a conquista do Brasil", festejou o técnico Alberto Rigolo.

Apesar da moderação sobre a importância do Pan, o Brasil caminha para superar a marca de Winnipeg-99. Ontem, com o handebol e o judô, o país chegou ao 19º ouro. Faltam sete para que o país passe o Pan anterior. Após a jornada, o país somava 77 medalhas, 24 a menos do que obteve no Canadá, diferença que, pelo andar da carruagem, deve se evaporar.

Só em esportes coletivos o Brasil está em cinco finais ou semifinais --futebol e vôlei com os dois sexos e handebol feminino. A natação, que em Winnipeg deu sete ouros ao país, começou ontem com quatro pódios brasileiros.

A superação das metas brasileiras só não está mais próxima pelo desempenho das mulheres, que contam com a maior representação da história do país em Pans.

Diferentemente de Winnipeg, em que a delegação feminina evoluiu de forma mais vigorosa, são os homens que brilham agora.

Já são 13 ouros em provas masculinas, o equivalente a 81% das premiações desse tipo no Pan-99. Em Santo Domingo, as brasileiras subiram ao lugar mais alto do pódio seis vezes, ou 67% das vezes que isso aconteceu em Winnipeg.

As mulheres estão longe de alcançar a diversidade de 99, quando ganharam ouro em oito modalidades. Agora, levaram em quatro. Os homens têm ouro em sete esportes --foram seis no Canadá.

Especial
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