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12/08/2003 - 08h34

Santo Domingo sugere boicote brasileiro

da Folha de S.Paulo, em Santo Domingo

O presidente do Comitê Organizador do Pan, José Joaquín Puello, dirigiu ontem críticas veladas ao Comitê Olímpico Brasileiro. Segundo o dominicano, a estratégia de marketing de Santo Domingo-2003 foi prejudicada por queixas de comitês esportivos que deveriam ser "amigos".

Questionado se as críticas à organização dos Jogos prejudicaram as finanças do evento, Puello disse que a República Dominicana foi vítima de preconceito. "Quando o país é grande, sua imagem é melhor. Quando é pequeno, é pior. Tivemos que suportar e tolerar todo tipo de crítica, até de comitês que deveriam ser nossos amigos."

Indagado pela Folha se falava do COB e do seu presidente Carlos Arthur Nuzman, cujas declarações haviam ganhado repercussão internacional semanas antes do Pan, Puello subitamente adotou expressão mais séria e perguntou: "O que você acha?".

Na sequência, quando foi levado à discussão que o COB havia colocado em dúvida a eficiência da organização dos Jogos durante teleconferência com esportistas, Puello acenou com a cabeça.

Uma pessoa que o acompanhava chegou a aconselhá-lo a adotar uma postura mais diplomática, negando que o Brasil tivesse prejudicado os trabalhos do Copan.

"Não, deixe que publique assim. [Com palavras] não estou afirmando ou negando que o Brasil tenha nos prejudicado. Mas [com minha atitude] será possível tirarem as conclusões", respondeu.

Semanas antes do início do Pan, Nuzman havia dito que a "organização era preocupante". A seguir, relacionou uma série de dúvidas. "Não sabemos se o sistema de transporte da família pan-americana funcionará a contento nem se o sistema elétrico suportará os aparelhos de ar-condicionado".

Por meio de declarações a agências de notícias internacionais, Puello contra-atacou ao afirmar que o presidente do COB "não sabia do que estava falando".

Nuzman levou a melhor quando Mário Vázquez Raña, presidente da Organização Desportiva Pan-Americana, lhe deu razão --disse ainda que esta edição dos Jogos foi a que mais trabalho deu.

O Brasil, ou, mais especificamente, o Rio, recebe daqui a quatro anos a próxima edição do Pan.

Apesar do pouco interesse de empresas particulares em apoiar o Pan, uma reclamação externada pelo Copan na semana anterior aos Jogos, a previsão local é que a competição gere lucro. Em dinheiro, a entidade prevê que o lucro ficará entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões, mesmo após ter sido obrigada a distribuir ingressos gratuitamente para que os ginásios não ficassem vazios.

O Copan diz que um evento como o Pan jamais daria prejuízo.

Pelo planejamento da entidade, está prevista a devolução de US$ 25 milhões ao governo federal.

Os números devem ser totalizados em até um mês após o final do Pan, que terminará no domingo.

A contabilidade será feita pela Controladoria Geral da República. O Copan argumenta que essa seria a garantia de que nenhuma irregularidade financeira foi perpetrada pelas mãos do Copan. "Nenhum dinheiro passou por nossas mãos", diz Puello.

Por meio da assessoria do COB, Nuzman afirmou que não pretende alimentar rixas com o Copan. Mas declarou que mantém as críticas à organização, "feitas com o intuito de que todas as falhas fossem corrigidas a tempo".

Desde o início do Pan, a organização foi alvo de protestos do Brasil, por vários motivos: o formato errado da bandeira do país utilizada na abertura, as confusões com o protocolo das cerimônias de premiação que prejudicaram atletas brasileiros, a postura inadequada dos seguranças e uma confusão com o hino nacional.

A imprensa local defendeu o Copan e veiculou matérias nas quais os brasileiros são mostrados como pessoas que só se lamentam.

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