Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/08/2003 - 00h07

Bernardinho critica falta de empenho dos jogadores da seleção de vôlei

da Folha de S.Paulo, em Santo Domingo

Tido como ouro certo antes do Pan, o vôlei masculino do Brasil despede-se nesta sexta-feira dos Jogos não só como o grande fiasco, mas especialmente abalado pela falta de empenho da equipe, derrotada ontem nas semifinais pela Venezuela, por 3 sets a 2.

E o fracasso fará Bernardinho, a Confederação Brasileira de Vôlei e o Comitê Olímpico Brasileiro reverem seus critérios.

Durante a partida, dirigentes do COB e da CBV discutiam se não teria sido melhor mandar ao Pan, torneio de nível técnico baixo, um time de jovens, sem grandes nomes, mas com muita força de vontade, como fez o futebol.

Irritado com seus jogadores, Bernardinho chegou a comentar: "Foram 15 dias difíceis, ninguém queria nada com nada".

José Inácio Salles Neto, chefe da equipe, também considera que faltou garra. "Tivemos uma parada de cinco dias (entre o último jogo do Brasil e a semifinal), mas isso não é desculpa. O time não se aplicou. E, agora, temos que recomeçar do zero", afirmou.

Para ele, é interessante a discussão sobre se, num próximo Pan, o mais apropriado não é mandar um time mais jovem.

"Decisão política é decisão política, eu não me meto. O COB queria ganhar muitas medalhas e mandamos a equipe principal. O que temos que discutir é o porquê de ela não ter ganho", disse.

Ary da Graça, presidente da CBV e forte aliado de Carlos Arthur Nuzman, que comanda o COB, não foi encontrado para falar sobre a decisão de levar a força máxima do vôlei masculino. O feminino priorizou o Grand Prix, de nível técnico mais alto, e enviou uma base juvenil ao Pan.
A derrota do Brasil ontem manteve o jejum de títulos do país em Pans. A última conquista aconteceu em Caracas-1983.

Também foi o primeiro revés de Bernardinho diante da Venezuela desde que passou a comandar a seleção masculina, em 2001.

Para o técnico, que ostentava um currículo de oito títulos e dois vices em dez torneios, o resultado foi frustrante. "Eles (jogadores) não souberam lidar com o favoritismo, faltou maturidade. Vou rever um monte de coisas. O time é bom, mas não excepcional."

Uma das lições que o treinador tirou é que o melhor mesmo é ser durão. Ele deu folga à sua equipe (no sábado) e diminuiu o ritmo de treinos, mas não deu certo. "Tentei ser justo, talvez volte a mudar daqui para a frente."

O técnico também criticou a imprensa. "Vocês (jornalistas) supervalorizaram a Liga (que o Brasil venceu em 2003), mais até que o Mundial (conquistado em 2002), talvez os jogadores tenham achado que eram imbatíveis."

Até ele reconhece que, por pouco, não se deslumbrou. "Todo mundo vinha me pedir conselhos, fui dar palestra para o handebol, falar com o futebol, não ia recusar, mas era estranho. Vi os jogadores de handebol com sangue nos olhos, faca nos dentes, e o meu time mesmo não tinha isso."

Segundo José Inácio, o time deve voltar ao auge em novembro, quando busca uma vaga em Atenas-2004, na Copa do Campeões.

Só que, antes disso, tem que se despedir do Pan-2003, às 19h, contra os EUA para tentar o bronze, já que o ouro ficará com Cuba ou Venezuela.

Especial
  • Perfil da delegação brasileira de vôlei masculino
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página