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15/08/2003
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08h48
A modalidade dirigida pelo maior desafeto de Carlos Arthur Nuzman pode ter a honra de cravar o recorde mais aguardado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no Pan de Santo Domingo.
Ultrapassada a meta de pódios de Winnipeg (até ontem 108, sete a mais que no último Pan), falta à delegação brasileira superar a marca de medalhas douradas recebidas quatro anos atrás.
Por ironia do destino, o tão almejado 26º ouro pode vir da modalidade que menos fez questão de ir à República Dominicana --e que só foi tanto na versão feminina quanto na masculina por pressão do governo federal.
Hoje pela manhã, às 11h, as meninas do futebol voltarão a campo para terminar a partida interrompida ontem à noite, aos 25min do primeiro tempo, devido a uma forte chuva, que transformou o gramado em um charco.
Contra as canadenses, rivais também na disputa pelo sonhado terceiro lugar no quadro geral de medalhas, o Brasil poderá cumprir a principal meta imposta pelo COB à delegação do país.
Também hoje, só que à noite, os jogadores da seleção sub-20 pegarão a Argentina com a chance de ampliar a vantagem sobre os grandes rivais de Winnipeg.
Estranho no ninho entre as 37 modalidades que representam o Brasil no Pan, o futebol distingue-se do resto não só por não receber dinheiro da Lei Piva, mas por politicamente se opor a Nuzman.
Diferente até no uniforme --a CBF é patrocinada pela Nike (embora hoje prometa usar Olympikus, somente no pódio).
Campeão de reclamações sobre as instalações na Vila Pan-Americana, o futebol voltou a atacar o comitê local após a interrupção da final feminina. "Mesmo sem chuva, o gramado já é ruim. Taparam muito mal os buracos abertos pelo atletismo. É fácil haver contusão. Com chuva, é impossível jogar. Adiar a disputa era a única decisão possível", disse o coordenador de seleções de base Branco, que vê jogo de risco contra os argentinos. "A segurança [na semifinal contra o México] foi péssima. Como o nível da arbitragem também tem sido dos piores, sempre há o risco de confusão."
Para chegar ao ouro, o Brasil espera contar com o atacante Dagoberto, que saiu contundido da semifinal e segue como dúvida.
Mesmo com a chance do ouro, Ricardo Teixeira não terá nenhum representante de primeiro escalão na solenidade de entrega das medalhas. O funcionário mais graduado da CBF em Santo Domingo é justamente Branco.
A rivalidade entre Teixeira e Nuzman é tamanha que até um documento essencial para a candidatura do Rio aos Jogos de 2012 está sendo negado pelo futebol.
O Comitê Olímpico Internacional exige que todas as confederações entreguem à cidade candidata uma carta atestando que nenhuma competição será disputada no período dos Jogos. A CBF, alegando que a medida atingiria todos os clubes do Rio, anunciou que não dará o ofício.
No meio da disputa, está também uma briga que envolve o governo federal. Aliado de primeira hora de Nuzman, o ministro Agnelo Queiroz (Esporte) é visto com antipatia pela CBF e pelos clubes, principalmente após a revelação de que o futebol estará fora do programa de incentivos fiscais pretendido pelo governo.
Especial
Quadro de medalhas
Recorde do COB pode ser dado pela CBF
da Folha de S.Paulo, em Santo DomingoA modalidade dirigida pelo maior desafeto de Carlos Arthur Nuzman pode ter a honra de cravar o recorde mais aguardado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no Pan de Santo Domingo.
Ultrapassada a meta de pódios de Winnipeg (até ontem 108, sete a mais que no último Pan), falta à delegação brasileira superar a marca de medalhas douradas recebidas quatro anos atrás.
Por ironia do destino, o tão almejado 26º ouro pode vir da modalidade que menos fez questão de ir à República Dominicana --e que só foi tanto na versão feminina quanto na masculina por pressão do governo federal.
Hoje pela manhã, às 11h, as meninas do futebol voltarão a campo para terminar a partida interrompida ontem à noite, aos 25min do primeiro tempo, devido a uma forte chuva, que transformou o gramado em um charco.
Contra as canadenses, rivais também na disputa pelo sonhado terceiro lugar no quadro geral de medalhas, o Brasil poderá cumprir a principal meta imposta pelo COB à delegação do país.
Também hoje, só que à noite, os jogadores da seleção sub-20 pegarão a Argentina com a chance de ampliar a vantagem sobre os grandes rivais de Winnipeg.
Estranho no ninho entre as 37 modalidades que representam o Brasil no Pan, o futebol distingue-se do resto não só por não receber dinheiro da Lei Piva, mas por politicamente se opor a Nuzman.
Diferente até no uniforme --a CBF é patrocinada pela Nike (embora hoje prometa usar Olympikus, somente no pódio).
Campeão de reclamações sobre as instalações na Vila Pan-Americana, o futebol voltou a atacar o comitê local após a interrupção da final feminina. "Mesmo sem chuva, o gramado já é ruim. Taparam muito mal os buracos abertos pelo atletismo. É fácil haver contusão. Com chuva, é impossível jogar. Adiar a disputa era a única decisão possível", disse o coordenador de seleções de base Branco, que vê jogo de risco contra os argentinos. "A segurança [na semifinal contra o México] foi péssima. Como o nível da arbitragem também tem sido dos piores, sempre há o risco de confusão."
Para chegar ao ouro, o Brasil espera contar com o atacante Dagoberto, que saiu contundido da semifinal e segue como dúvida.
Mesmo com a chance do ouro, Ricardo Teixeira não terá nenhum representante de primeiro escalão na solenidade de entrega das medalhas. O funcionário mais graduado da CBF em Santo Domingo é justamente Branco.
A rivalidade entre Teixeira e Nuzman é tamanha que até um documento essencial para a candidatura do Rio aos Jogos de 2012 está sendo negado pelo futebol.
O Comitê Olímpico Internacional exige que todas as confederações entreguem à cidade candidata uma carta atestando que nenhuma competição será disputada no período dos Jogos. A CBF, alegando que a medida atingiria todos os clubes do Rio, anunciou que não dará o ofício.
No meio da disputa, está também uma briga que envolve o governo federal. Aliado de primeira hora de Nuzman, o ministro Agnelo Queiroz (Esporte) é visto com antipatia pela CBF e pelos clubes, principalmente após a revelação de que o futebol estará fora do programa de incentivos fiscais pretendido pelo governo.
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