Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/08/2003 - 19h00

Brasil diversifica e bate recordes, mas também decepciona no Pan

da Folha Online

No Pan em que teve seu melhor desempenho na história, o Brasil decepcionou em esportes em que era franco favorito, surpreendeu em modalidades em que não tinha grandes esperanças e terminou a competição com recorde de medalhas e com suas duas metas cumpridas: aumentar o número de pódios em relação a Winnipeg-99 e terminar pelo menos na quarta colocação no quadro geral.

No total, os brasileiros garimparam 122 medalhas em Santo Domingo, 21 a mais do que no Pan canadense, há quatro anos. O número de medalhas de ouro também foi o maior da história do país, com 28, superando os 25 de Winnipeg.

"O objetivo foi obtido. Ótimo", resumiu Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, que, para um melhor desempenho no futuro, julga ser preciso que o governo federal viabilize uma forma de injetar mais dinheiro no esporte.

Como azarão, o país subiu ao lugar mais alto do pódio, por exemplo, na canoagem e na patinação artística. Também garantiu ouros inéditos com o handebol masculino e o futebol feminino.

O desempenho diversificado fez com que o Brasil batesse recorde em número de esportes premiados. Foram conquistadas medalhas em 30 das 37 modalidades disputadas --atrás apenas dos EUA, o mais versátil.

Em esportes em que tem maior tradição --ou em que chegou como grande favorito-, no entanto, houve desapontamentos.

A decepção maior ficou por conta da seleção masculina de vôlei. Atual campeã mundial, a equipe caiu nas semifinais diante da Venezuela e acabou ficando apenas com o bronze. No feminino, representado por uma equipe com base juvenil, nem ao pódio o país chegou.

O futebol masculino, outra esperança, perdeu a decisão para a argentina e ficou com a prata --ambos jogaram com seleções sub-20.

No atletismo, o Brasil já saiu prejudicado antes do início das disputas. Maurren Maggi, medalha certa no salto em distância, foi flagrada em exame antidoping e não pôde competir.

Na capital dominicana, os brasileiros conseguiram 15 pódios no atletismo, um a menos do que em Winnipeg, e tiveram queda ainda maior em relação ao número de primeiros lugares (quatro contra sete).

A natação superou o desempenho de 1999 em número de medalhas --tornando-se inclusive o esporte que mais deu pódios ao país em um único Pan--, mas também decepcionou em relação ao ouro. Foram 21 insígnias, mas apenas três do metal mais valioso. Em Winnipeg, haviam sido sete.

Individualmente, um dos maiores destaques foi Gustavo Borges, 30. Com quatro pódios (um ouro), o nadador fechou sua participação em Pans com 19 medalhas e segue como o mais vencedor atleta brasileiro no evento.

O tenista Fernando Meligeni, 32, também brilhou ao encerrar sua carreira com a medalha de ouro, vencendo em uma final dramática o ex-número um do mundo Marcelo Ríos, do Chile.

Mesmo com os recordes em números de medalhas e de ouros no quadro geral, os próprios atletas do Brasil reconhecem que o Pan-Americano não teve um nível técnico dos mais altos na maior parte dos esportes.

"Os Jogos Pan-Americanos são importantes para a confederação de ginástica e para o COB. Para nós, o que vale mesmo é o Mundial", afirmou a ginasta Daiane dos Santos, que ganhou um bronze no torneio por equipes.

Após ganhar a medalha de ouro nos 5.000 m no atletismo, Hudson de Souza minimizou seu feito. "Achei a prova fraca. Com esse tempo, não vou chegar a lugar nenhum", disse o atleta, único do país a levar dois oruos de Santo Domingo --venceu também os 1.500 m.

Depois de levar o time à medalha de ouro no basquete masculino, o técnico Aluísio Ferreira, o Lula, também admitiu qqueo torneio foi fraco.

"Os EUA não vieram com uma equipe forte, e a República Dominicana não foi um grande adversário na final. O Pan serviu como empurrão. Nosso objetivo é o Pré-Olímpico", afirmou.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página