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24/08/2003 - 09h19

Estatais ajudaram o Brasil a bater recordes no Pan-Americano

PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo

Não foi só com o dinheiro da Lei Piva que o governo turbinou o desempenho do Brasil no Pan-Americano de Santo Domingo.

Seis confederações patrocinadas por cinco empresas estatais foram responsáveis por quase metade das 123 medalhas conquistadas pelo país, que bateu todos os seus recordes no evento.

Empurrados por um investimento superior a R$ 20 milhões apenas em 2003, atletas do Banco do Brasil (vôlei), da Caixa Econômica Federal (atletismo), dos Correios (esportes aquáticos), da Eletrobrás (basquete feminino) e da Petrobras (iatismo e handebol) colecionaram 52 medalhas no Caribe, 11 delas de ouro.

Em outros casos, mais pódios foram amealhados com atletas que, isolados, são amparados por verbas estatais. Fernando Meligeni, que se despediu do tênis com um ouro, já foi patrocinado pelo Banco do Brasil na Copa Davis. Daniele Hypólito, que no total foi premiada quatro vezes na República Dominicana, tem um contrato com a BR Distribuidora.

No total, 57 medalhas, ou 46% de todos os pódios brasileiros, tiveram alguma participação de empresas do governo federal.

O patrocínio estatal teve um salto com a posse do governo Lula. Por intermédio do Ministério do Esporte, a atual administração vem incentivando as empresas a investirem no esporte olímpico.

Quem chegou por último acabou se dando melhor. Caso da Petrobras, que só apostou em modalidades que trouxeram o ouro --Robert Scheidt e Ricardo Winicki na vela e os times masculino e feminino de handebol.

No começo deste ano, a empresa, que patrocinava toda a federação de iatismo, optou por concentrar os gastos apenas nos atletas de maior destaque. O handebol, então, só passou a fazer parte do portfólio da empresa em junho. A confederação desse esporte tem sede em Sergipe, domicílio eleitoral de José Eduardo Dutra, o presidente da petrolífera nacional.

Já a estatal que há mais tempo investe não teve muito o que comemorar em Santo Domingo. Dono do maior contrato com uma companhia federal no setor --cerca de R$ 10 milhões anuais--, o vôlei, que tinha pelo menos um ouro dado como certo, deixou o Banco do Brasil com apenas uma prata e um bronze na praia e um bronze na quadra.

O dinheiro gasto com o patrocínio esportivo pelas estatais, apesar de representar uma fração inexpressiva para empresas que faturam bilhões de reais, é representativo quando comparado aos valores oriundos da Lei Piva.

Desde a abertura da torneira das loterias, o COB transferiu para 25 confederações olímpicas pouco mais de R$ 33 milhões, média de R$ 1,3 milhão por entidade.

Já as seis confederações com grandes contratos com estatais vão receber, também na média, R$ 3,3 milhões apenas em 2003.

Nos próximos meses, mais modalidades devem ser agraciadas com dinheiro estatal. A próxima a entrar na lista de mecenas é a hidrelétrica de Itaipu, que negocia apoiar o ciclismo e a canoagem.
 

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