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24/08/2003
-
09h34
da Folha de S.Paulo
O vôlei de praia está no centro de uma polêmica depois do Pan de Santo Domingo. O desempenho da modalidade (uma prata no masculino e um bronze no feminino) provocou críticas do COB aos atletas, que retrucaram.
Isso sem contar que a dupla Adriana Behar/Shelda, considerada a principal do Brasil, se recusou a participar do torneio porque houve uma coincidência de datas com uma etapa do circuito mundial, na Áustria.
Enquanto isso, alheia a toda confusão, uma dupla que nunca esteve cogitada para representar o país no Pan domina o cenário internacional: Sandra e Ana Paula, atuais líderes do ranking.
Elas tinham a convicção de que formariam uma equipe forte. Se juntaram às pressas, quase de improviso, e entraram no circuito.
A aposta deu certo. Com nove das 12 etapas disputadas, Sandra e Ana Paula são a maior ameaça ao reinado de Adriana Behar e Shelda, que já dura seis anos.
As jogadoras desfizeram suas antigas parcerias em junho, às vésperas do início da temporada internacional, e não tiveram tempo para treinar. Sandra deixou Leila, e Ana Paula, Tatiana.
"Sempre apostei no time. Tudo poderia ter dado errado, mas tivemos um desempenho surpreendente", conta Sandra, 30.
Nas sete etapas de que participou até agora, a dupla foi à final de todas e levou quatro títulos. Ocupa a confortável liderança do ranking, com 2.724 pontos, o que a transforma na principal candidata a uma das vagas brasileiras em Atenas-2004 --serão computados os oito melhores resultados até julho do ano que vem.
Adriana Behar e Shelda, que possuem o invejável currículo com cinco títulos mundiais (97, 98, 99, 2000 e 2001) e seis brasileiros (96, 97, 99, 2000, 2001 e 2002), somam, na vice-liderança, 2.348.
Além da falta de entrosamento e da ausência de treino, o desempenho da dupla surpreende ainda mais se levado em conta o fato de que Sandra está jogando em uma posição completamente diferente da que costumava atuar.
"Baixinha" de 1,75 m, ela assumiu a defesa e deixou o bloqueio para a companheira Ana Paula, 1,83 m. "Eu ainda preciso treinar muito, não estou em uma posição confortável", avalia Sandra.
"No começo, aconteciam cenas hilárias, com as duas indo para o mesmo lado atrás da bola. A gente não se conhecia direito. Acho que contamos também com um pouco de sorte", diz Ana Paula, 31, mãe de Gabriel, 2. O filho, que a fez ficar afastada da areia por cerca de um ano, viaja com a mãe para a maioria das etapas.
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À surdina, dupla novata ameaça reinado de Adriana Behar/Shelda na praia
MARIANA LAJOLOda Folha de S.Paulo
O vôlei de praia está no centro de uma polêmica depois do Pan de Santo Domingo. O desempenho da modalidade (uma prata no masculino e um bronze no feminino) provocou críticas do COB aos atletas, que retrucaram.
Isso sem contar que a dupla Adriana Behar/Shelda, considerada a principal do Brasil, se recusou a participar do torneio porque houve uma coincidência de datas com uma etapa do circuito mundial, na Áustria.
Enquanto isso, alheia a toda confusão, uma dupla que nunca esteve cogitada para representar o país no Pan domina o cenário internacional: Sandra e Ana Paula, atuais líderes do ranking.
Elas tinham a convicção de que formariam uma equipe forte. Se juntaram às pressas, quase de improviso, e entraram no circuito.
A aposta deu certo. Com nove das 12 etapas disputadas, Sandra e Ana Paula são a maior ameaça ao reinado de Adriana Behar e Shelda, que já dura seis anos.
As jogadoras desfizeram suas antigas parcerias em junho, às vésperas do início da temporada internacional, e não tiveram tempo para treinar. Sandra deixou Leila, e Ana Paula, Tatiana.
"Sempre apostei no time. Tudo poderia ter dado errado, mas tivemos um desempenho surpreendente", conta Sandra, 30.
Nas sete etapas de que participou até agora, a dupla foi à final de todas e levou quatro títulos. Ocupa a confortável liderança do ranking, com 2.724 pontos, o que a transforma na principal candidata a uma das vagas brasileiras em Atenas-2004 --serão computados os oito melhores resultados até julho do ano que vem.
Adriana Behar e Shelda, que possuem o invejável currículo com cinco títulos mundiais (97, 98, 99, 2000 e 2001) e seis brasileiros (96, 97, 99, 2000, 2001 e 2002), somam, na vice-liderança, 2.348.
Além da falta de entrosamento e da ausência de treino, o desempenho da dupla surpreende ainda mais se levado em conta o fato de que Sandra está jogando em uma posição completamente diferente da que costumava atuar.
"Baixinha" de 1,75 m, ela assumiu a defesa e deixou o bloqueio para a companheira Ana Paula, 1,83 m. "Eu ainda preciso treinar muito, não estou em uma posição confortável", avalia Sandra.
"No começo, aconteciam cenas hilárias, com as duas indo para o mesmo lado atrás da bola. A gente não se conhecia direito. Acho que contamos também com um pouco de sorte", diz Ana Paula, 31, mãe de Gabriel, 2. O filho, que a fez ficar afastada da areia por cerca de um ano, viaja com a mãe para a maioria das etapas.
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