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30/08/2003 - 00h01

Espanha vê monopólio de superpotência Real Madrid

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RODRIGO BUENO
ALEC DUARTE
PAULO GALDIERI

da Folha de S.Paulo

Monopólio. Nenhuma outra palavra expressa tão claramente a situação que o Real Madrid impôs a seus pobres adversários no Campeonato Espanhol, que começa neste sábado com seis partidas.

Atual campeão e dono de 29 títulos nacionais (somados, os rivais ostentam 43), o clube que melhor representa a coroa espanhola entra na disputa com status de imbatível, protegido da mídia e centro das atenções.

Parece não haver limites para as pretensões de Florentino Pérez, presidente do clube e responsável pela montagem do esquadrão.
Indo na contramão de seus pares, o dirigente fechou a contratação mais badalada da temporada e reforçou, ao acertar com o inglês Beckham por 25 milhões de euros, um elenco que já era milionário.

Com Roberto Carlos, Raúl, Figo, Zidane, Ronaldo e, agora, a estrela inglesa, o Real Madrid parece ter dito a seus rivais que será muito difícil removê-lo do posto de líder do ranking histórico dos campeonatos nacionais.

O clube também é, com nove Copas dos Campeões e três Mundiais interclubes, o maior vencedor do futebol mundial.

Nesta semana, o time já demonstrou sua força ao bater o Mallorca por 3 a 0 (depois de uma derrota por 2 a 1 na partida de ida) e levantar a primeira taça da temporada, a Supercopa.

Fora do campo, as coisas também vão de vento em popa para o clube da capital da Espanha. Dono do mais vultoso contrato de patrocínio entre os 20 participantes do campeonato (12 milhões de euros, da Siemens), tem várias outras fontes de receita.

Recebe da Adidas (fornecedora de material esportivo), das emissoras de TV (será o time mais mostrado no vídeo) e, só com a venda de camisas oficiais, deve recuperar boa parte do investimento no astro Beckham.

A chegada do inglês também inseriu o clube num mercado ainda incipiente, mas de alto potencial consumidor: o asiático.

Um acordo de seis anos com a empresa Asia Sports Development vai garantir ao Real um faturamento de 40 milhões de euros até 2006 apenas em direitos de imagem.

Só para disputar quatro amistosos que pararam o continente, no mês passado, a equipe voltou para casa com US$ 8 milhões.

Enquanto isso...

Os impressionantes números do Real Madrid contrastam com a realidade dos outros 19 coadjuvantes. Desde 2000, o dinheiro movimentado em contratações despencou de 450 milhões de euros para 120 milhões.

E o Real nem foi o que mais gastou. Desesperado para apagar a má impressão da temporada passada, quando terminou o Espanhol em sexto lugar e não se classificou para a Copa dos Campeões, o Barcelona desembolsou 41 milhões de euros, 27 só no brasileiro Ronaldinho.

A situação é contraditória com o balanço apresentado na semana passada. Segundo o documento, o Barcelona teve o maior déficit de sua história 164 milhões de euros.

Também endividados, outros times espanhóis preferiram se desfazer de jogadores caros e apelaram para a redução da folha de pagamento. Atletas como Kluivert e Cocu, do Barcelona, tiveram que reduzir seus ganhos.

O Barcelona abriu mão de Riquelme, Sorín, Fábio Rockemback, Mendieta, Geovanni e Frank de Boer. O La Coruña perdeu o holandês Makaay, artilheiro da liga passada. O Valencia ficou sem o argentino Kily González, um dos melhores jogadores dos últimos campeonatos.

Menos estrelas, menos dinheiro, mais atenções para o Real no torneio, que começa hoje com o atual campeão enfrentando o Betis, Espanyol x Real Sociedad, Málaga x Villarreal, Albacete x Osasuna, Athletic Bilbao x Barcelona e Valencia x Valladolid. No domingo, quatro partidas completam a primeira rodada do Espanhol.
 

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