J. Hawilla se sente lesado e vê o acaso como "rival" no Brasileiro

O fim de semana foi péssimo para a Traffic em termos esportivos. O parceiro Palmeiras saiu da ponta do Brasileiro, e o time da empresa, o Desportivo Brasil, desperdiçou a chance de subir para a terceira divisão paulista. José Hawilla, o dono da Traffic, criticou o árbitro Carlos Eugênio Simon, mas diz que não irá processá-lo e culpa só o "imponderável" pelas derrotas.

"É lógico que todo investimento tem risco. No futebol, tem mais, é o imponderável. De repente vem um juiz desse [Simon], anula um gol e você perde o campeonato", falou ele, que refuta a ideia de processá-lo por ter sido lesado. "Prejudicados, nós fomos. Todo mundo foi, o Palmeiras foi, mas processar não, isso não existe."

Hawilla não crê em "teorias da conspiração" ou que árbitros estejam "prestando serviços para atender a interesses".

"Não acredito nisso. Existe é o risco de o time ou o jogador ir ou não para a frente", afirmou o empresário, que negou ter criticado Muricy a amigos, como a Folha de S. Paulo noticiou no domingo.

"Eu, por hábito, não comento treinador. Isso é uma questão única e exclusivamente do Palmeiras. Eu evito me manifestar. Posso, muito entre amigos, falar alguma coisa, mas nunca falei sobre isso. Para mim é chato entrar nesses detalhes."

Hawilla preferiu não buscar explicações para a queda de desempenho do Palmeiras, só lamentou o gol anulado de Obina. "O jogo não ia ser 1 a 1. Se [o Simon] valida aquele gol, o jogo era outro. O Fluminense, na zona do desespero, ia partir para o ataque e abrir a defesa. O Palmeiras, com dois jogadores rápidos na frente, poderia fazer 2 a 0 e liquidar o jogo", afirmou.

Ele classificou a marcação de falta no lance como "absurda".

"Ele [Simon] estava muito bem colocado, em cima do lance, foi muito estranho. Passou 200 vezes na TV. Se não saísse o gol, ele tinha que marcar pênalti. Agarraram o Obina por trás, puxaram ele, é muito claro. Ele faz o gol, e o Simon anula. É uma decisão totalmente absurda", reclamou o empresário, que não sabia até ontem da gafe épica do seu Desportivo Brasil.

Nos minutos finais do duelo que valia vaga na A3 do Paulista, o Desportivo Brasil ficou tocando bola na defesa, "gastando o tempo", crente que estava classificado porque o Taubaté havia vencido por 2 a 1 sua partida. Só que o Taubaté fez mais um gol nos acréscimos e venceu por 3 a 1, impedindo assim o acesso do time da Traffic.

"Não estou por dentro de tudo. Vi só um jogo do Desportivo Brasil até hoje. Tem um grupo grande que é responsável por isso. Quando compramos o Estoril [a Traffic passou a administrar o time português], saíram 10 ou 12 jogadores [do Desportivo Brasil]. Enfraqueceu muito o time, que, segundo dizem, continuou muito bem."

Hawilla negou que seja parceiro do Cruzeiro. "Não é parceria, é intercâmbio de jogadores, como com o Fluminense. A gente pode pegar um jogador do Cruzeiro como pode colocar um ou dois lá", falou ele, que diz que Fernandinho é da Traffic, ainda não do São Paulo.