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08/09/2003 - 08h42

"Família Guga" articula para assumir CBT

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JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Folha de S.Paulo, em Florianópolis

A "família Gustavo Kuerten" quer assumir as rédeas do tênis brasileiro. Descontentes com a atuação de Nelson Nastás como presidente da Confederação Brasileira de Tênis, aliados do tenista irão entrar na Justiça para pedir intervenção na entidade.

A ação será encabeçada por Jorge Lacerda da Rosa, presidente da Federação Catarinense de Tênis e adversário político de Nastás.

Ex-sócio de Alice Kuerten, a mãe de Guga, em um posto de gasolina, Rosa trabalha com a família do tenista no Instituto do Tênis, associação criada para ajudar novos tenistas catarinenses.

Vice-presidente do centro que é dirigido por Rafael Kuerten, irmão e empresário de Guga, ele acusa a CBT de uma série de irregularidades.

"Primeiro, até hoje [Nastás] não registrou a ata [da eleição]. Segundo, desrespeitou a Lei Pelé ao antecipar em dois anos as eleições [de 2000 para 1998] e tornou o colégio eleitoral irregular. Eu, por exemplo, teria votado se [a eleição] fosse em 2000 [assumiu a federação catarinense em 1999], mas em 1998 ainda não tinha sido eleito", protestou Rosa.

"Além do mais, a convocação para a assembléia teria que ter sido veiculada três vezes por meio de edital publicado na imprensa, o que não ocorreu", continuou o dirigente, que estará hoje em São Paulo para entrar com a ação.

Segundo a Folha apurou, a estratégia do dirigente é conseguir o afastamento de Nastás, uma intervenção por 90 dias na CBT e a convocação de eleição para escolher um novo presidente --neste caso Nastás, no cargo desde 1995, não poderia concorrer.

Rosa e aliados de Guga, então, lançariam uma chapa para tentar assumir a confederação.

Caso não consigam afastar o dirigente por via judicial, os catarinenses terão de enfrentá-lo nas eleições do ano que vem, cuja data ainda não foi marcada. Calculam, no entanto, que não teriam muitas chances, já que Nastás tem o apoio da maioria das federações.

Um dos nomes que comporiam o grupo seria o de Carlos Alves, primeiro técnico de Kuerten. "A CBT não aproveitou o sucesso do Guga, perdeu a grande chance para desenvolver o tênis brasileiro", reclamou o treinador, que é pai de Fernanda Alves, tenista que receberá auxílio da Hantei, construtora de Rafael Kuerten, para jogar.

Outro nome que faria parte da chapa seria o de Perseu Lehmkuhl, coordenador de esportes do Instituto Guga Kuerten.

Amigo de infância do tenista, Lehmkuhl é responsável por três projetos sociais que envolvem tênis, futebol e vôlei e atingem quase mil crianças em Santa Catarina. O principal deles, o "Ilha Criança", tocado em conjunto com a federação catarinense, é desenvolvido com 480 crianças carentes.

Na mesma linha de Carlos Alves, Lehmkuhl afirmou que a CBT não tem feito seu papel e que, por inércia, acaba prejudicando o próprio Guga. "Hoje a pressão sobre ele é ainda maior, porque ele não tem sucessores. Se ganha, o tênis vai bem, se perde, vai mal. Se a CBT tivesse feito a parte dela e aproveitado o fenômeno Guga, a história seria diferente."

"Hoje quem apóia jovens tenistas? É o Instituto do Tênis, nós [do Guga Kuerten], o próprio Guga... Ele, por exemplo, acreditou no Bruno Rosa [juvenil catarinense] e decidiu ajudá-lo por conta própria. Mas as dificuldades que [Guga] teve para começar os tenistas [juvenis] têm hoje do mesmo jeito. Não se trabalhou a base."

E justamente o trabalho de base --investimento em novos talentos-- deverá ser a principal bandeira dos catarinenses na disputa pela CBT.

Eles dizem ser contrários ao fato de a atual administração ter aplicado 96% dos mais de R$ 600 mil recebidos em 2002 da Lei Piva apenas em competições e na manutenção da entidade, e não em formação de técnicos ou mesmo em preparação de atletas.

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