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10/09/2003 - 07h05

Pela primeira vez, seleção entra em campo com 11 "estrangeiros"

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PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, em Manaus

Quando entrar em campo nesta quarta-feira em Manaus, às 22h (de Brasília), a seleção brasileira viverá uma situação inédita em partidas válidas por fases classificatórias ou finais de Copa do Mundo. Os 11 jogadores que devem enfrentar o Equador pela segunda rodada das eliminatórias atuam no exterior.

Nunca antes, em quase 150 jogos e 73 anos de trajetória no Mundial, o Brasil iniciou uma partida com uma formação 100% "estrangeira" --apesar das evidências, Carlos Alberto Parreira deixou em segredo a escalação.

Mesmo nas últimas duas décadas, quando se intensificou a debandada para o exterior, a seleção mantinha um núcleo local no time principal. Na conquista do pentacampeonato, no ano passado, três titulares atuavam no Brasil: o goleiro Marcos e os volantes Gilberto Silva e Kleberson.

O primeiro hoje é reserva, e os outros dois rumaram para a Inglaterra, Gilberto, para o Arsenal, e Kleberson, para o Manchester United.

O time 100% "estrangeiro" acontece na mesma temporada em que o Brasileiro experimenta um êxodo de atletas para o exterior. Até alguns reservas estão cotados para seguir o caminho. O novato Diego, por exemplo, já recebeu proposta do Tottenham.

Em Manaus, a imprensa espanhola especula que outro santista, o volante Renato, estaria na lista de reforços das equipes do país para o final deste ano, quando o mercado local será reaberto.

O fenômeno mostra também que o jogador brasileiro virou sinônimo de excelência em todas as posições, do goleiro ao atacante. Titular do Milan, Dida diz que "o pensamento na Europa hoje é diferente em relação ao goleiro brasileiro". O ex-corintiano ainda ensaia uma explicação. "A conquista do penta nos valorizou muito."

Os quatro zagueiros convocados também estão na Europa. Lúcio, o mais famoso deles, foi assediado por vários times, mas o Bayer Leverkusen preferiu retê-lo.

A seleção, aliás, enfrenta o Equador com jogadores que atuam não apenas em clubes europeus, mas na nata do esporte no continente. Sete dos titulares defendem equipes que já ganharam a Copa dos Campeões, o mais rico e prestigiado campeonato de clubes do mundo. E todos os 11 atuam nas ligas de Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra, países que organizam os campeonatos de maior visibilidade no planeta.

Para Parreira, que passou mais da metade de sua carreira como treinador fora do Brasil, o jogador que atua na Europa não tem necessariamente mais disciplina tática do que os atletas locais.

"Em qualquer compêndio sobre futebol, de qualquer parte do mundo, o importante é saber o equilíbrio entre defender e atacar. Isso não importa aonde", afirma o técnico, que, com o cenário atual, terá poucas oportunidades para treinar e entrosar sua equipe.

Há um acordo que impede a liberação de brasileiros que atuem na Europa para amistosos fora daquele continente durante as eliminatórias. Assim, o técnico só deverá ter os atletas do exterior nos jogos do qualificatório, já que o grande mercado para a CBF faturar com amistosos está longe dos campos europeus.

"Nacionais"

Enquanto os "estrangeiros" reinam, os atletas que jogam no Brasil, apesar de monopolizarem as atenções em seus clubes, fazem papel de coadjuvante na seleção.

"Sei que o titular da posição é o Ronaldinho", declara o cruzeirense Alex, substituto do astro do Barcelona que, suspenso, emprestou os holofotes para o reserva contra a Colômbia, no domingo.

Quem vem de fora, no entanto, diz não ter prioridade. "Todos os jogadores que estão aqui podem atuar. Qualquer um tem que estar pronto para ficar na reserva", diz o volante Emerson, da Roma.

Com ou sem "nacionais", a seleção busca manter o aproveitamento de 100% nas eliminatórias. Desde o classificatório para o Mundial de 1986 que o Brasil não consegue triunfar nas duas primeiras partidas do qualificatório.

NA TV - Brasil x Equador, ao vivo, às 22h, na Globo.

BRASIL
Dida; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Roberto Carlos; Emerson, Gilberto Silva, Zé Roberto e Ronaldinho; Rivaldo e Ronaldo
Técnico: Carlos Alberto Parreira

EQUADOR
Ceballos; De la Cruz, Hurtado, Espinosa e Reasco (Fricson Jorge); Obregón, Ayovi, Méndez, E. Tenorio e Chalá; Carlos Tenorio
Técnico: Hernán Darío Gómez

Local: estádio Vivaldo Lima, em Manaus
Horário: 22h (de Brasília)
Juiz: Luis Vladimir Solórzano (VEN)

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