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21/09/2003 - 00h50

Motos viram desafio para ex-visionário da F-1

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TATIANA CUNHA
da Folha de S.Paulo, no Rio

O nome John Barnard pode não soar familiar a muita gente. Mas para aqueles que o conhecem, o nome está associado a carros, mais especificamente aos de F-1.

Ex-projetista de Ferrari e McLaren, entre outras, o inglês de 57 anos, nascido em Wembley, subúrbio londrino, decidiu no início do ano se aventurar sobre duas rodas. Desenha as motos da equipe KR, do americano e ex-campeão das 500 cc Kenny Roberts.

"Sempre fui fascinado por motocicletas", diz. "Aparentemente elas são simples, mas na verdade são muito complicadas. Há muito mais do que os olhos vêem."

Mudar de rumo não é novidade para Barnard, que brilhou tanto quanto vagou no automobilismo. "Em 72, fui convidado a trabalhar na McLaren e desenvolver parte do projeto do M23, que em 74 levou Emerson Fittipaldi ao título."

Em 1978, já estava nos EUA, onde desenvolveu o revolucionário Chaparral 2K, que dois anos mais tarde venceria as 500 Milhas de Indianápolis, com Johnny Rutherford, e seria campeão da Indy, com Tom Sneva. "O projeto melhorou muito minha reputação, e resolvi voltar para a Europa, onde me juntei a Ron Dennis", conta.

Com Dennis, Barnard criou o McLaren Project 4 (a família que transformou o time em uma potência), adotou a fibra de carbono no chassi e obteve três títulos.

Ao final de 1986 foi convidado pela Ferrari para montar um estúdio na Inglaterra. Desafio aceito, o resultado apareceu logo na temporada seguinte, quando a escuderia italiana conseguiu duas vitórias após um jejum que já durava dois anos.

Em 1989, mais uma revolução, o câmbio semi-automático. Depois de uma passagem pela Benetton, novo período pela Ferrari a partir de 1992, de onde sairia "expulso" por Michael Schumacher no início de 1997, falhou ao tentar antecipar a caixa de câmbio miniaturizada, em voga hoje em dia.

"Ao final do contrato com a Ferrari, embora eu ainda estivesse interessado em F-1, decidi que seria melhor fugir da pressão intensa e dos horários malucos. Trabalhar em uma equipe de ponta me obrigava a lidar com isso", desconversa o inglês, que ainda palpitaria nas falidas Arrows e Prost.

A última guinada em sua carreira aconteceu graças à amizade com Roberts, que o chamou para fazer parte de sua recém-criada equipe de MotoGP. Assumiu em janeiro o cargo de diretor técnico do time, que fica na Inglaterra.

"Conheço o John há muito tempo e tenho plena confiança em sua habilidade", diz Roberts.

Para Barnard, o desafio agora é conseguir sucesso sobre duas rodas como obteve sobre quatro.

"Para projetar um carro, você precisa atender a uma série de normas e exigências. O trabalho do projetista é manipular isso de maneira vantajosa. Em motocicletas, existem muitas coisas que podem ser feitas. Novos jeitos de fazer e de lidar com as coisas."
 

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