Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/10/2003 - 08h39

Fifa admite a formação de times com homens e mulheres

Publicidade

RODRIGO BUENO
da Folha de S.Paulo

A Fifa, entidade que controla o futebol mundial, não tem nada contra times usarem homens e mulheres juntos em campo.

A Folha entrou em contato com o departamento de comunicação da Fifa após o caso de Thais Helena Prioli, garota de 12 anos que ganhou na Justiça o direito de atuar em uma equipe de meninos em Itapetininga, no interior de São Paulo, no mês passado.

A entidade diz que não há problema em episódios do tipo, o que, em tese, dá margem a mulheres atuarem até profissionalmente em times masculinos.

"Chequei com várias pessoas e me informaram que as leis do jogo não têm nada, especificamente ou de forma geral, sobre times mistos", respondeu Andreas Herren, porta-voz da Fifa.

As regras do futebol são desenhadas pela International Board, organismo que se reúne anualmente há mais de um século. Pelo menos até o segundo semestre do ano que vem as regras do esporte mais popular continuarão sendo omissas sobre times mistos.

Segundo Herren, as federações nacionais podem aceitar ou não a presença de mulheres em equipes masculinas. "As federações têm suas competições e seus regulamentos, que são bem diferentes."

O regulamento do torneio promovido neste ano pela Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo não tratava de equipes mistas, o que deu brecha para Thais jogar com garotos.

Praticamente todos os torneios profissionais de futebol também não tratam de times mistos. Algumas competições restringem atletas pela idade, não pelo sexo.

Um caso internacional já despertou discussões na Europa nesta temporada. O presidente do Perugia, Luciano Gaucci, disse que pretende contratar uma mulher para seu time. Ele alega exatamente que nas regras do futebol e nos regulamentos dos torneios na Itália não há nada contra o aproveitamento de mulheres ao lado de homens em campo.

"Mulheres têm os mesmos direitos dos homens e devem ser respeitadas nos campos. O Perugia será o primeiro time de primeira divisão a ter uma mulher", disse Gaucci, dirigente conhecido por contratações inovadoras.

Ele já procurou atletas na Alemanha e em países escandinavos, onde o futebol feminino é bastante desenvolvido --teria demonstrado interesse na contratação de Ljungberg, a camisa 10 da seleção sueca, algoz do Brasil no Mundial feminino que acontece nos EUA.

A federação italiana não se pronunciou após as declarações de Gaucci, que estaria disposto a conseguir até mesmo na Justiça a presença de uma mulher em sua equipe. "Se tentarem me impedir, as mulheres do mundo inteiro vão se revoltar", disse o dirigente.

O Perugia atua na Série A do Italiano. Se Gaucci cumprir sua promessa de contratar uma jogadora até janeiro, quando será possível inscrever novos atletas, uma mulher atuaria no campeonato nacional mais badalado do mundo.

Poucos dias antes do início do Mundial feminino nos EUA, foi anunciado o fim da liga norte-americana profissional, eldorado para as jogadoras de todo o planeta. Dessa forma, pelo menos 60 atletas de alto nível, como as estrelas brasileiras Kátia Cilene e Marta, estão desempregadas.

Alguns esportes, como o automobilismo e o golfe, já têm esporadicamente homens e mulheres na mesma disputa ou categoria.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página