Diretoria do Palmeiras avalia ter feito o possível para conquistar o título

A diretoria palmeirense avalia ter feito tudo o que esteve ao seu alcance para não deixar escapar o título brasileiro, mas foi justamente a estratégia "ousada" que abriu o caminho para a derrocada.

Entre junho e julho, após demitir o técnico Wanderley Luxemburgo, os cartolas do clube ficaram à espera de Muricy Ramalho. Enquanto isso, o time foi comandado pelo interino Jorginho, que, com seu jeito simples e sem muitas invenções táticas, conquistou o grupo e fez o time decolar na competição.

Na era Jorginho, foram sete partidas, com cinco vitórias, um empate e uma derrota, aproveitamento de 76,1%.

A cúpula do clube temia que faltasse a Jorginho pulso para segurar a onda logo na primeira crise.

"Falar agora é fácil, mas o Muricy tem um currículo que dispensa comentários", disse Gilberto Cipullo, homem-forte do futebol palmeirense.

Mas o fato é que Muricy não conseguiu dar liga à equipe. Em 24 partidas, não repetiu a escalação nenhuma vez sequer. Obteve nove vitórias, sete empates e oito derrotas. O aproveitamento foi de 47,2%.

Em pouco mais de quatro meses, ele oscilou em esquemas táticos que desagradaram a jogadores, torcida e diretoria. Declarações como a de que faltava peças para o elenco e que só Diego Souza era craque contaminaram o grupo, que passou a vê-lo sem o mesmo respeito profissional.

Soma-se a isso as contusões de atletas fundamentais para o esquema, casos de Pierre, Maurício Ramos e Cleiton Xavier, e a irritabilidade do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo.

A torcida canalizou a revolta em perseguir jogadores, o que culminou, na semana passada, com a agressão ao atacante Vagner Love. Assim, por mais que o time ainda falasse em título, o clima estava pesado.