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09/10/2003 - 18h50

Finlandês Kimi Raikkonen desdenha de pressão na F-1

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Suzuka

É o jeito ainda meio adolescente de Kimi Raikkonen. Ou é uma bem elaborada tática de despiste.

Às vésperas de sua primeira decisão de título, da corrida que pode transformá-lo no mais jovem campeão da história da F-1, o finlandês desdenhou da pressão, do apoio da torcida, do GP do Japão, do segundo lugar no campeonato, dos testes da Ferrari.

Contrastando com o rival Michael Schumacher, que treinou na semana passada "para ter certeza de que o esforço foi total", Raikkonen afirmou em Suzuka que não adianta mais trabalhar.

"A situação dos nossos pneus, por exemplo, já está definida. A realidade é que treinar em Silverstone na última semana não teria feito diferença nenhuma", disse o piloto da McLaren.

Sentado ao lado do alemão na entrevista coletiva oficial da FIA (entidade máxima do automobilismo), Raikkonen, 23, mostrou-se indiferente em relação a tudo o que lhe foi questionado.

Torcida? "Não faz diferença nenhuma. Dentro do carro não dá para ouvir nada." Pressão? "Não me sinto pressionado. Não tenho nada a perder." Vice-campeão? "Para mim, isso não interessa. Segundo ou terceiro colocado é a mesma coisa."

Por fim, chance de título? "Será um GP como qualquer outro. Vou tentar vencer, como sempre, e depois ver o que acontece."

Se fosse qualquer outro piloto sentado em seu lugar, as declarações já seriam encaradas como uma tentativa de jogar a pressão para Schumacher. Mas Raikkonen tem o benefício da dúvida. Desde que chegou à F-1, em
2001, sempre se comportou assim.

Na madrugada de sábado, a categoria começará a descobrir se esse estilo "não estou nem aí" trará resultados na luta pelo campeonato. A partir das 2h (de Brasília), com TV, acontece o treino que define o grid para o GP do Japão, última etapa do Mundial. A corrida, no domingo, será às 2h30.

Para manter as remotas chances de título, Raikkonen precisa, em primeiro lugar, garantir uma colocação na ponta do grid.

Na madrugada de domingo, afinal, apenas um resultado lhe interessa: a vitória. Além disso, torcerá para que Schumacher não pontue, algo que só aconteceu em uma corrida nesta temporada.

Caso essa combinação aconteça, o finlandês baterá uma marca que já dura 31 anos. Até hoje, Emerson Fittipaldi detém o recorde de mais jovem piloto a ganhar um título, aos 25 anos, em 1972.

Para Schumacher, 34, a situação é bem mais fácil. Uma oitava colocação basta para que ele conquiste o hexacampeonato da F-1.

"Sou bom de matemática e sei que ainda não ganhei o título. Muita gente diz que eu já sou campeão, que eu já deveria comemorar, mas não entendo assim", declarou o pentacampeão.

Ele prefere esperar o resultado do treino oficial antes de dizer alguma coisa sobre seus planos para a corrida. "Tenho mais a perder do que o Kimi, mas, quando me sento no carro, não fico pensando nessas coisas. Só vamos começar a imaginar estratégias depois de conhecermos o grid de largada."

Mais uma vez, o alemão precisou negar os rumores de que vai parar caso conquiste o título. "Algumas pessoas têm dificuldade em entender isso. Mas vou repetir: não vou me aposentar agora."

Raikkonen, à sua direita, não sorriu, não olhou para o lado, não esboçou reação. É seu jeito.

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