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21/10/2003 - 00h01

Iaaf quer refazer análise de amostras de urina do Mundial de Paris

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

O escândalo de doping dos EUA, que na semana passada anunciaram a descoberta de um novo esteróide anabólico, pode ganhar proporção muito mais ampla nos próximos dias.

Conhecida por seu rigor nos controles, a Associação Internacional das Federações de Atletismo quer refazer a análise de cerca de 400 amostras de urina coletadas durante o Mundial de Paris, disputado entre 23 e 31 de agosto.

Caso haja a descoberta de casos positivos, os flagrados podem sofrer uma suspensão de dois anos, o que pode tirar muitos atletas de elite dos Jogos de Atenas-2004.

Segundo o secretário-geral da Iaaf, Istvan Gyulai, os dirigentes estudam a possibilidade de reenviar as amostras para análise.

"Estamos investigando se há algum obstáculo legal para fazer isso. Se não houver, posso dizer que faremos [nova análise antidoping]", conta o dirigente.

Gyulai afirmou que a decisão deve sair ainda nesta semana.

"Queremos transparência. Lutamos por um esporte limpo. Essa é uma grande oportunidade. Não queremos deixar fraudadores sem punição", diz o húngaro.

Com potencial para ser o maior escândalo antidoping da história, a Usada (Agência Antidoping dos EUA) anunciou, na última quinta-feira, que havia descoberto um teste para flagrar um esteróide que até então era desconhecido.

O THG (tetraidrogestrinona) possui parentesco com a gestrinona, um esteróide anabólico exógeno (que não pode ser produzido pelo organismo).

O competidor flagrado com a nova droga pode receber a mesma punição de um atleta positivo para um esteróide já conhecido.

Segundo o Código Mundial Antidoping, o atleta pode ser suspenso caso seu teste tenha detectado alguma droga proibida ou suas "similares". O tetraidrogestrinona faria parte desse grupo.

Se não houver nenhum impedimento legal, a Iaaf terá que superar uma primeira dificuldade para levar a cabo sua idéia. Pelo acordo feito com os organizadores do Mundial, todos os testes devem ser realizados no laboratório de Paris, que não possui tecnologia para detectar o THG.

Apenas o laboratório de Los Angeles, que também é credenciado pelo COI, conhece o método capaz de flagrar a nova droga.

"Até agora, Los Angeles é o único local capaz de fazer os testes. Podemos enviar as amostras para os EUA ou o laboratório de lá poderia compartilhar seu conhecimento com o de Paris", aponta Nick Davies, porta-voz da Iaaf.

A decisão foi festejada pela Agência Mundial Antidoping. "A Iaaf quer descobrir se a droga não foi usada em seu Mundial. É uma iniciativa bem-vinda", afirma Dick Pound, presidente da Wada.
 

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