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09/11/2003 - 00h45

Jogos Afro-Asiáticos mostram intercâmbio do mundo esportivo

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

Sintoma do maior intercâmbio esportivo mundial, Ásia e África encerraram sem muito alarde, na semana passada, a primeira competição multiesportiva bicontinental do mundo. Os Jogos Afro-Asiáticos tiveram sua edição inicial em Haiderabad, na Índia.

No mesmo momento em que o mundo assiste a um distanciamento diplomático entre Europa e EUA, por conta da Guerra do Iraque, Ásia e África iniciaram sua união na esfera esportiva.

Durante nove dias, 95 países disputaram provas de oito esportes (atletismo, natação, tiro esportivo, lutas, boxe, tênis, hóquei e futebol). A China foi campeã, com 25 ouros, 11 pratas e cinco bronzes.
Com 82 títulos, a Ásia bateu a África, que conquistou 49 ouros.

O novo evento se soma a outros que, em nível regional, colocam como protagonistas pequenos países, que têm papel de coadjuvantes durante a Olimpíada.

Há competições de todos os tipos ao redor do mundo. Na América do Sul, uma dos mais tradicionais são os Jogos Bolivarianos.

Disputados por países que hoje integram os territórios libertados por Simon Bolívar entre 1810 e 1824, as disputas atualmente contam com a participação de seis países: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Panamá.

Criados em 1938, os Jogos já tiveram 14 edições. A última, em Ambato (Equador), em 2001, serviu de indicador da ascensão venezuelana no continente.

O país realizou, na ocasião, a melhor campanha de sua história nos Jogos Bolivarianos. Dois anos depois, superou a Argentina no quadro de medalhas do Pan-Americano de Santo Domingo, disputado de 1º a 17 de agosto.

Na Europa, continente recheado de potências olímpicas, os nanicos também resolveram se unir. Assim, surgiram os Jogos dos Pequenos Países Europeus, cuja participação é vetada às nações com mais de um milhão de habitantes.

Para os oito nanicos, os Jogos são importantes. Afinal, em que outra competição o Chipre conseguiria liderar o quadro de medalhas, como aconteceu em Valletta (Malta), neste ano? E como seria possível a Islândia contar com a hegemonia em oito das dez edições do evento já realizadas?

A afirmação de nacionalidades fez surgir outro novo evento no calendário europeu. A independência de algumas repúblicas da ex-URSS (Lituânia, Estônia e Letônia) na década de 90 levou à criação dos Jogos do Mar Báltico.

A segunda edição da iniciativa, em Vilna-1997, contou inclusive com a participação da Rússia.

Outra república que fez parte da antiga União Soviética, a Belarus, vizinha da Lituânia, também esteve presente, como convidada.

A disputa esportiva entre países desperta interesse, mesmo em eventos que não contem com quase nenhuma estrela. Foi o que ocorreu nos Jogos Afro-Asiáticos.

O maior nome que viajou para a Índia foi o velocista Frank Fredericks, 36, da Namíbia, prata nos 100 m e 200 m nos Jogos de Barcelona-1992. Ele adicionou mais dois títulos à sua coleção, com as vitórias nos 200 m e no revezamento 4 x 100 m em Haiderabad.

Mesmo assim, os organizadores acreditam que o evento foi um sucesso.
"Pode ter havido problemas. Foi a primeira vez que aconteceu a competição. Mas isso não deve ser destacado", minimizou Suresh Kalmadi, presidente do Comitê Olímpico Indiano.

O maior objetivo dos indianos é se credenciar para sede dos Jogos da Comunidade Britânica de 2010. Com princípios diversos dos Jogos Bolivarianos, a competição entre colônias do antigo império inglês tem alto nível técnico.

Mas há também versões (bem menos importantes) com ex-colônias francesas e holandesas.
 

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