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03/12/2003 - 00h07

Giovane renasce e rouba a cena na seleção brasileira de vôlei

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LUÍS FERRARI
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

Em 1989, Giovane Gavio sentiu pela primeira vez o gosto de ser o melhor. Aos 19 anos, foi o mais eficiente bloqueador da Copa do Mundo. Estava sozinho no pódio. O Brasil amargara o quinto lugar.

No domingo, a cena se repetiu. Novamente no Japão, o ponta, hoje com 33 anos, ganhou o título de melhor atacante da Copa. Mas, antes de receber seu prêmio, havia visto o capitão Nalbert erguer o inédito troféu do torneio.

"O prêmio individual é muito ingrato em um esporte coletivo. Não dá para você ser bom sozinho em um time", afirmou ele.

Peça-chave na conquista, Giovane consolidou sua posição na equipe do técnico Bernardinho.

De reserva "talismã", que marcou último ponto do título brasileiro no Mundial de 2002, o atacante desbancou Giba, saltou para o posto de titular e provou que pode jogar bem em nível internacional mesmo aos 33 anos.

"Eu estou bem fisicamente, treinando muito e, principalmente, com muita alegria para jogar. Esse é o segredo", disse o ponta.

O menino que despontou em 1989 e levou o Brasil ao ouro em Barcelona-1992 amargou muitos fiascos e até se tornar peça-chave dentro e fora da quadra.

No atual grupo, ele é o "véio". Não por ser o mais velho --Maurício tem 35 anos--, mas por sua influência com os jogadores.

"Ele sempre dá uma de filósofo, fala umas coisas que ninguém espera. A gente sempre escuta, mas, depois, tira sarro dele", diverte-se o levantador Ricardinho.

No título mundial de 2002, Giovane deu uma de poeta e escreveu o "Diamante de 12 faces", em alusão à coesão e força do grupo.

Na campanha do ano passado e nesta Copa, foi o guardião da mandala da equipe --os jogadores fazem um desenho que representa o caminho que querem seguir até o título. A cada jogo, pregam a mandala no vestiário.
Espírita, ele também compartilha suas aflições com o grupo.

"Tive um sonho ruim antes do jogo contra o Japão (último da Copa). Preferi contar para eles a guardar só para mim. Ajudou a tirar a "zica", contou o atacante.

Giovane já vira seus pesadelos virarem realidade no grupo em que obteve sua maior glória. Campeão olímpico em 92, o ponta assistiu ao time se desmantelar por rachas internos e ficar em quinto em Atlanta-1996.

No mesmo ano, migrou para a praia ao lado de Tande. Na areia, conquistou o Circuito Brasileiro de 1998, mas fracassou na tentativa de ir a Sydney-2000.

Foi resgatado pelo então técnico Radamés Lattari e, longe de sua melhor forma, jogou mal e viu o Brasil novamente fracassar: ficou em sexto na Olimpíada.

O jogador voltou à seleção em 2001 ainda marcado pelas críticas por sua atuação em Sydney: foi direto para o banco e viu Giba se firmar na posição.

"Não me importava, se eu entrasse para fazer só um pontinho e ajudar, estava bom", contou.

Na final do Mundial-2002, seu ponto foi fundamental. Entrou para sacar no tie-break e anotou o ace da vitória sobre a Rússia.

Na Copa-2003, começou como titular após Giba sentir uma lesão no pescoço. E não saiu mais.

"Essa mudança é um exemplo de como esse grupo é maduro. Contra Sérvia e Montenegro (dia 28), eu estava com o passe ruim. Do banco, o Giba me orientou a mudar o posicionamento dos braços. Deu certo, e eu fui eleito o melhor em quadra", contou.

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