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15/12/2003 - 07h14

Mais "suja" final olímpica dos 100 m rasos pode ter reedição

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da Folha de S.Paulo

Promotores sul-coreanos querem reeditar a final dos 100 m dos Jogos de Seul-1988, que ficou conhecida como a mais "suja" do atletismo em Olimpíadas. O desafio seria em setembro, um mês depois dos Jogos de Atenas.

Dos oito finalistas daquela prova, cinco tiveram problemas com doping, incluindo os três que subiram ao pódio --Ben Johnson, Carl Lewis e Linford Christie.

Johnson foi o protagonista do maior escândalo de doping olímpico, ao ser flagrado para o esteróide anabólico estanozolol. O canadense perdeu a medalha de ouro e ainda teve anulado seu tempo (9s79), que seria o novo recorde mundial. A marca só foi superada no ano passado, pelo norte-americano Tim Montgomery.

O brasileiro Róbson Caetano, que ficou em quinto lugar, foi um dos únicos daquele grupo que não tiveram a carreira manchada pelo doping. Os outros foram o norte-americano Calvin Smith, promovido ao pódio com a desclassificação de Johnson, e o jamaicano Ray Stewart, que foi o sétimo.

Por todos esses motivos, uma reedição do duelo envolveria polêmica. Para convencer os competidores a retornarem às pistas para o tira-teima, foi oferecida uma premiação de US$ 1 milhão, que seria recorde em provas de 100 m.

Como forma de comparação, neste ano, a moçambicana Maria Mutola conquistou um prêmio similar. No entanto, para isso, teve que vencer os 800 m em todas as seis etapas da Golden League, conjunto de provas mais importantes do calendário do atletismo.

Johnson, 41, já disse que aceitaria participar do evento. "Eu não concordei com nada porque ninguém ainda me procurou. Mas, se eu vir a oferta na mesa, com certeza irei", afirmou o ex-velocista.

Carl Lewis, 42, dono de nove ouros olímpicos, que esteve envolvido recentemente em outra polêmica de doping, também teria mostrado receptividade à idéia.

Em abril, Wade Exum, ex-diretor de controle de drogas do Comitê Olímpico dos EUA, afirmou que o velocista teve antidoping positivo para três estimulantes --efedrina, pseudoefedrina e fenilpropanolamina-- pouco antes de competir na Coréia do Sul.

Linford Christie, 43, por sua vez, já disse que não aceita participar da corrida. O britânico foi suspenso em 1999 por uso do esteróide anabólico nandrolona.

A negativa de Christie tem um lado prático. Atualmente, ele é treinador de Darren Campbell, além de ser credenciado pela Iaaf, entidade que comanda o atletismo, como empresário de outros atletas de ponta da Inglaterra.

Caso aceite o desafio, o ex-velocista teme que seja punido pela federação internacional, cujas regras proíbem os atletas de disputarem provas com a participação de competidores banidos por doping, como é o caso de Johnson, expulso da modalidade em 1993.

Dennis Mitchell (EUA), quarto lugar em Seul, teve sua carreira abalada em 1998, quando um exame de constatou que sua proporção de testosterona estava alterada. Condenado a uma pena dois anos, recorreu e foi inocentado.

Por fim, o canadense Desai Williams, que chegou em sétimo, mais tarde teve que responder a inquérito por uso de drogas.
 

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