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21/12/2003
-
16h46
da Folha Online
O governo alemão anunciou a intenção de transferir a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2006 da cidade de Munique, sede do primeiro jogo do torneio, no dia 9 de junho, para Berlim, capital do país. Caso isso seja oficializado, será a primeira vez na história das Copas que a partida inaugural e a abertura do torneio serão realizadas em locais diferentes.
As razões para a transferência são políticas. O ano de 2006 será de eleições gerais na Alemanha, e o governo do chanceler (primeiro-ministro) Gerhard Schröder e do Partido Social Democrata não quer dar a oportunidade para seu principal rival político, Edmund Stoiber, governador da Baviera, ganhar espaço em um evento de proporções mundiais.
"Está praticamente decidido", garantiu o ministro do Interior alemão, Otto Schily, em entrevista a um jornal local. Segundo o político, membro do partido de Schröder, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, aprovou a transferência.
"Blatter também é da opinião de que a nossa capital é um local adequado para receber a cerimônia de abertura. Munique é uma cidade linda, mas se a Alemanha vai receber a Copa, a abertura tem de acontecer em Berlim", completou Schily.
Apesar dos esforços do governo alemão, a transferência ainda não foi aprovada, e a decisão ficará para 2004. Um dos principais problemas é que o Comitê Organizador da Copa ainda não recebeu propostas de patrocínio para realizar a abertura em Berlim.
Além disso, a proposta enfrenta fortes resistências dentro do próprio Comitê. O presidente da entidade, o ex-ídolo da seleção alemã Franz Beckenbauer, pode dar a palavra final, mas não aprova a idéia, já que também é presidente do Bayern de Munique, clube mais famoso da cidade onde viveu a maior parte da vida e da carreira de jogador.
Segundo Horst Schmidt, vice-presidente do Comitê, Beckenbauer poderia ceder para receber mais apoio do governo Schröder na preparação da Copa. Por outro lado, haveria um conflito de interesses com Stoiber, que também faz parte da diretoria do Bayern. Além disso, a partida de abertura foi marcada para Munique justamente por causa da influência de Beckenbauer na escolha da Alemanha como sede do Mundial.
"Beckenbauer tem precedência e poderia dar a prioridade para Berlim", disse Schmidt. "A idéia está sendo desenvolvida, mas nada está certo ainda. Berlim não foi a primeira opção, mas o governo acha importante que a abertura seja realizada lá."
Caso Berlim seja realmente escolhida como sede da abertura, a cidade sediará dois dos principais eventos da Copa. A final do Mundial, marcada para o dia 9 de julho, será disputada no estádio Olímpico.
O local, construído para as Olimpíadas de 1936 e reformado para a Copa que acontecerá 70 anos depois, foi palco da extraordinária performance olímpica do norte-americano Jesse Owens, atleta negro que conquistou quatro medalhas de ouro no atletismo e frustrou as pretensões do ditador nazista Adolf Hitler em demonstrar a suposta superioridade ariana.
Com agências internacionais
Governo alemão quer realizar a abertura da Copa-2006 em Berlim
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O governo alemão anunciou a intenção de transferir a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2006 da cidade de Munique, sede do primeiro jogo do torneio, no dia 9 de junho, para Berlim, capital do país. Caso isso seja oficializado, será a primeira vez na história das Copas que a partida inaugural e a abertura do torneio serão realizadas em locais diferentes.
As razões para a transferência são políticas. O ano de 2006 será de eleições gerais na Alemanha, e o governo do chanceler (primeiro-ministro) Gerhard Schröder e do Partido Social Democrata não quer dar a oportunidade para seu principal rival político, Edmund Stoiber, governador da Baviera, ganhar espaço em um evento de proporções mundiais.
"Está praticamente decidido", garantiu o ministro do Interior alemão, Otto Schily, em entrevista a um jornal local. Segundo o político, membro do partido de Schröder, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, aprovou a transferência.
"Blatter também é da opinião de que a nossa capital é um local adequado para receber a cerimônia de abertura. Munique é uma cidade linda, mas se a Alemanha vai receber a Copa, a abertura tem de acontecer em Berlim", completou Schily.
Apesar dos esforços do governo alemão, a transferência ainda não foi aprovada, e a decisão ficará para 2004. Um dos principais problemas é que o Comitê Organizador da Copa ainda não recebeu propostas de patrocínio para realizar a abertura em Berlim.
Além disso, a proposta enfrenta fortes resistências dentro do próprio Comitê. O presidente da entidade, o ex-ídolo da seleção alemã Franz Beckenbauer, pode dar a palavra final, mas não aprova a idéia, já que também é presidente do Bayern de Munique, clube mais famoso da cidade onde viveu a maior parte da vida e da carreira de jogador.
Segundo Horst Schmidt, vice-presidente do Comitê, Beckenbauer poderia ceder para receber mais apoio do governo Schröder na preparação da Copa. Por outro lado, haveria um conflito de interesses com Stoiber, que também faz parte da diretoria do Bayern. Além disso, a partida de abertura foi marcada para Munique justamente por causa da influência de Beckenbauer na escolha da Alemanha como sede do Mundial.
"Beckenbauer tem precedência e poderia dar a prioridade para Berlim", disse Schmidt. "A idéia está sendo desenvolvida, mas nada está certo ainda. Berlim não foi a primeira opção, mas o governo acha importante que a abertura seja realizada lá."
Caso Berlim seja realmente escolhida como sede da abertura, a cidade sediará dois dos principais eventos da Copa. A final do Mundial, marcada para o dia 9 de julho, será disputada no estádio Olímpico.
O local, construído para as Olimpíadas de 1936 e reformado para a Copa que acontecerá 70 anos depois, foi palco da extraordinária performance olímpica do norte-americano Jesse Owens, atleta negro que conquistou quatro medalhas de ouro no atletismo e frustrou as pretensões do ditador nazista Adolf Hitler em demonstrar a suposta superioridade ariana.
Com agências internacionais
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