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16/01/2004 - 09h01

Seleção vira protagonista de propaganda de cerveja

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FERNANDO MELLO
da Folha de S.Paulo

A seleção virou garota-propaganda de uma marca de cerveja.

A Brahma, controlada pela AmBev, parceira da CBF, estampou nas páginas da "Veja" desta semana anúncio em que, pela primeira vez na história, a mundialmente famosa expressão "seleção brasileira" é associada a uma cervejaria. "A seleção brasileira é Brahma", afirma texto do anúncio.

A publicação provocou o primeiro mal-estar entre os parceiros CBF e AmBev desde a assinatura do contrato, em 2001.

A Folha apurou que presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não gostou de ver a marca seleção ligada à Brahma. "Se a Brahma utilizou a seleção, é porque tem direito por contrato. Mas a CBF se sente identificada com o Guaraná Antarctica. No material de treino, o logo que aparece é o do guaraná", disse Rodrigo Paiva, porta-voz da entidade.

A CBF alega que não foi consultada sobre a vinculação. Reservadamente, Teixeira disse que, se tivesse sido alertado sobre o teor do anúncio, não teria concordado. Não está descartada a possibilidade de o cartola pedir à direção da AmBev que o anúncio não seja publicado novamente.

Há três anos, o presidente da CBF prometeu nunca ligar a seleção às bebidas alcóolicas da AmBev --Brahma, Antarctica e Skol. Só a cogitação do uso das marcas de cerveja na seleção, em 2001, gerou crise na equipe e protestos do então capitão, Mauro Silva.

O contrato firmado entre a multinacional e a entidade que comanda o futebol brasileiro, válido até 2018, possibilita à AmBev colocar até a logomarca de suas cervejas no uniforme de treinos da seleção. Pelo acordo, a CBF recebe US$ 10 milhões anuais mais participação no aumento das vendas internacionais do guaraná.

Os direitos da AmBev incluem a criação da "Casa Brahma Seleção Brasileira", espécie de camarote para VIPs em treinos do time e, se for o caso, a participação de atletas em eventos da empresa ligados à Copa do Mundo.

A multinacional, por meio de seu gerente de comunicação, Alexandre Loures, confirmou que não consultou a CBF sobre o anúncio e disse não ver problema na ligação da cerveja com a marca seleção --pela legislação brasileira, a cerveja não é classificada como alcóol em propagandas.

"Sempre estamos em contato, mas, como o cerne da propaganda são as boas-vindas ao [apresentador e jornalista] Milton Neves à nossa empresa e a seleção aparece apenas em texto, não julgamos necessário falar com a CBF. Mesmo porque o contrato nos dava essa possibilidade."

Além da seleção, a Brahma vem explorando a imagem de outro ícone do futebol, Ronaldo, para aumentar as vendas no verão.

No comercial veiculado na TV, o atacante do Real Madrid aparece ao lado de uma garrafa de cerveja e fala da saudade que tem das praias e das mulheres do Brasil. Diz que, pelo menos na Espanha, que está na temporada de inverno, não precisa deixar a bebida na geladeira para que ela fique na temperatura certa.

O novo comercial de Ronaldo quebra uma tradição de quase dez anos. Desde 1994, quando assinou com a Brahma, o atacante não aparece tão próximo de uma garrafa de cerveja. Há uma década, às vésperas da Copa dos EUA, na famosa campanha da "Nº 1" que envolveu outros atletas como Romário, Ronaldo estendia a mão, e uma Brahma vinha até ele.

"O Ronaldo endossa [a compra do produto], mas não bebe a cerveja nem toca. Não há problema nenhum", diz Rodrigo Paiva, que também é assessor do atacante.

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