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27/02/2004 - 09h42

Após o THG, agência antidoping arma outra arapuca para descobrir fraudes

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da Folha de S.Paulo

No que tem tudo para se tornar mais um escândalo de casos positivos, a Wada (Agência Mundial Antidoping) admitiu que não irá anunciar quando houver um método para detectar o hGH (hormônio de crescimento humano).

"Todos sabem que o hGH está na lista de drogas proibidas. E estamos próximos de conseguir um teste confiável", disse Olivier Rabin, diretor de ciência da agência.

O teste para o hGH é um dos tendões-de-aquiles dos controles antidoping. A droga foi sintetizada em laboratório nos anos 80.

No entanto é difícil flagrá-la, já que o hormônio é produzido pelo organismo. Atletas têm usado o hGH sintético para estimular o crescimento de músculos, ossos e tecidos, além de ajudar a reduzir gordura. A droga, porém, pode causar alguns efeitos colaterais, como doenças do coração e crescimento excessivo de extremidades do corpo, como mãos e pés.

"As pesquisas sobre o hGH começaram do zero. Em 1999, acreditávamos que haveria um teste para os Jogos de Sydney, mas não foi possível. Agora há sinais promissores de que teremos algo antes da Olimpíada", contou Rabin.

O principal alvo da Wada é o atletismo, esporte no qual a droga seria mais usada. Neste ano, o principal torneio da modalidade antes de Atenas será o Mundial indoor de Budapeste, que começa na próxima sexta. "Já podemos flagrar o hGH. Estamos só aperfeiçoando o teste", disse Rabin.

Segundo Chuck Yesalis, professor da Penn State, universidade dos EUA, e especialista em drogas no esporte, tal informação não é um blefe da Wada. "Só na América do Norte são três laboratórios que estão trabalhando ativamente nisso", falou Yesalis, em congresso sobre doping realizado em Nova York há duas semanas.

Ele lembra que, em 2003, foram mantidas em segredo as pesquisas com THG. Os testes para a nova droga foram feitos antes do anúncio da descoberta do método de detecção. "Faremos a mesma coisa agora. Não temos obrigação de anunciar a descoberta do exame", disse Farnez Khadem, diretora de comunicações da Wada.

O plano foi bem-sucedido no ano passado. Vários atletas foram flagrados. O inglês Dwain Chambers se tornou o primeiro atleta a ser punido para o THG. O velocista levou dois anos de suspensão.

Além dele, mais quatro norte-americanos aguardam julgamento: Regina Jacobs, Kevin Toth, John McEwen e Melissa Price.

Agora, o fato pode se repetir em escala ampliada. Há suspeita de que o hGH é mais usado do que o THG, flagrado só entre os clientes da Balco, empresa que é apontada como a produtora da droga.
 

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