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17/03/2004 - 07h46

Em crise e sob pressão, Corinthians joga contra o Ferroviário-CE

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da Folha de S.Paulo

Abandonados pela diretoria, os jogadores do Corinthians sentiram na pele ontem a fúria da Gaviões da Fiel. No embarque para Fortaleza, onde o time enfrenta o Ferroviário, nesta quarta, às 21h40, pela segunda rodada da Copa do Brasil, eles receberam ovos e tapas.

Cerca de 20 integrantes da organizada protestaram pela manhã no aeroporto de Cumbica contra a equipe, que só não foi rebaixada no Paulista por causa da vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Juventus, no domingo.

A fraca campanha no torneio estadual também aumenta a crise na cúpula corintiana. O diretor técnico Rivellino disse hoje que pedirá demissão caso não sejam contratados reforços "de peso" para a disputa do Brasileiro.

"Preciso ter condições de trabalho para continuar", afirmou.
Rivellino concordou com a revolta da torcida, mas condenou as agressões aos atletas.

O volante Fabrício, o atacante Gil e o meia Rodrigo foram atingidos pelos ovos. Fabrício também levou um tapa nas costas, mesma agressão sofrida pelos laterais Moreno e Fininho.

A torcida organizada havia anunciado na véspera que protestaria durante o embarque. Mesmo assim, os dirigentes não solicitaram um reforço de segurança, segundo Marçal Goulart, gerente de operações do aeroporto.

"Acho que o Corinthians prefere correr risco para manter esse relacionamento com a torcida e deixar essas manifestações acontecerem", afirmou Goulart.

Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol corintiano e que não compareceu ao embarque do time, reclamou da administração de Cumbica.
"O aeroporto deveria garantir a segurança de todos que embarcam. Não é a presença de um diretor que deve assegurar a integridade dos atletas", afirmou.

O dirigente só viajaria hoje à noite para Fortaleza. Citadini disse que não acompanhou os jogadores porque tinha compromissos no Tribunal de Contas do Estado, onde trabalha.

Como nenhum outro dirigente foi escalado para a viagem --só jogadores, comissão técnica e guarda-costas embarcaram.

A ausência de cartolas frustrou os planos dos torcedores. "O principal alvo é a diretoria, que mais uma vez foi covarde e não apareceu", disse Herbert César, conselheiro da Gaviões da Fiel.

Os jogadores não falam publicamente sobre o assunto, mas já tinham se irritado com o fato de nenhum dirigente aparecer no vestiário do clube após a derrota para a Portuguesa Santista.

Os atletas ficaram mais de uma hora no vestiário, enquanto a Polícia Militar tentava dissolver um protesto da Gaviões.

Rivellino, que não comparecera ao treino ontem, afirmou que não é sua obrigação ir aos jogos ou viajar. "Tenho que ir aos treinos, não fui no último por causa de problemas particulares."

Ele e Citadini disseram não esperar pela manifestação, que mobilizou, às pressas, seguranças do aeroporto --alguns ficaram com os ternos sujos de ovos-- e 11 policiais militares que normalmente trabalham no aeroporto.

Sem sucesso em alguns casos, eles tentaram impedir que os torcedores se aproximassem aos berros dos jogadores. Por cerca de dez minutos, os manifestantes gritaram: "Tem que ser homem para jogar no Coringão." A maioria dos atletas abaixou a cabeça e seguiu para o portão de embarque, onde foram atirados os ovos.

Os torcedores prometeram nova manifestação no retorno, mesmo em caso de vitória (se ganhar por ao menos dois gols de vantagem, o Corinthians elimina o jogo de volta). A diretoria vai reforçar a segurança a partir de agora.

FERROVIÁRIO
Aderson; Arildo, Carlinhos, Marinho e Zé Mário; Édio, Polozzi, Gladstone e Marcelo; Stênio e Maurício Pantera
Técnico: Palmieri

CORINTHIANS
Rubinho; Rogério, Anderson, Valdson e Fininho; Fabrício, Fabinho, Rincón e Edson Araújo (Rodrigo) (Bobô), Jô (Bobô) e Gil
Técnico: Oswaldo de Oliveira

Local: estádio Castelão, em Fortaleza (CE)
Horário: 21h45
Juiz: Lourival Lima Dias Filho (BA)
 

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