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06/05/2010 - 09h44

Para STJD, cusparada é pior que ofensa racial no Palmeiras

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da Reportagem Local

Para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), cuspir na cara do adversário dentro de campo é mais grave do que chamar o rival de "macaco". Essa é a principal conclusão do julgamento dos zagueiros Danilo, do Palmeiras, e Manoel, do Atlético-PR.

Os dois foram julgados pelos incidentes em jogo válido pela Copa do Brasil, no mês passado.

Na ocasião, o palmeirense chamou o atleticano de "macaco" e cuspiu na sua cara. Manoel deu uma cabeçada em Danilo e também o pisou quando ele estava no chão.

Ambos foram suspensos, sendo que, para os auditores do STJD, a falta mais grave foi a cusparada. Primeiro a votar, o relator José Teixeira a classificou como "ofensa gravíssima" e pediu seis jogos de suspensão para Danilo por isso. Já o xingamento racista foi qualificado por ele como "ofensa grave", com cinco partidas de pena.

Já o auditor Nicolao Constantino teve avaliações ainda mais discrepantes sobre as duas coisas feitas por Danilo.

Ele também pediu seis jogos de suspensão para o zagueiro pela cusparada. Mas não viu "discriminação racial" nas palavras do palmeirense e pediu só dois jogos de pena para o palmeirense pelos xingamentos.

A maioria dos outros auditores, porém, seguiu o relator, e Danilo acabou levando seis jogos pelo cuspe e cinco pelas ofensas endereçadas a Manoel, que recebeu pena mais leve --uma auditora disse que seus atos "deveriam ser pesados como reações a ações graves".

O zagueiro do Atlético-PR levou um gancho de quatro jogos.

O advogado do Palmeiras tentou adiar o julgamento, alegando que Danilo não estava presente, já que jogaria ontem pelo clube contra o Atlético-GO, pela Copa do Brasil.

Mas o presidente da sessão não aceitou seu pedido.

O Palmeiras apresentou então um vídeo com Danilo se defendendo, reconhecendo que perdeu a cabeça e que fez "besteira". A defesa do clube paulista ainda alegou que o jogador tem "origem negra" e que a injúria racial não fica caracterizada no "calor do momento".

Presente no julgamento, Manoel negou que tenha dado uma cabeçada em Danilo.

Ele disse que apenas "encostou a cabeça" no adversário. E que foi xingado várias vezes, incluindo algumas em que foi chamado de "macaco".

O caso entre os dois jogadores também vai para a Justiça comum, mas ainda sem prazo definido para julgamento.

 

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