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09/04/2004 - 00h18

Política converte barbada da Copa Davis em duelo de risco

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FERNANDO ITOKAZU
da Folha de S.Paulo, na Costa do Sauípe

A princípio, o duelo Brasil x Paraguai, pela segunda divisão da Copa Davis, seria previsível. Com a equipe completa, o Brasil, teoricamente, não teria dificuldade para sair de quadra vitorioso.

Além disso, a presença de Gustavo Kuerten seria um grande chamariz para o público.

Mas, mesmo com a ausência do maior tenista da história do país e até mesmo motivado por isso, o confronto que começa nesta sexta-feira e prossegue até domingo na Costa do Sauípe ganhou características bastante peculiares.

Esportivamente, o duelo que era considerado uma barbada --o melhor tenista paraguaio ocupa apenas a 191ª posição-- ficou muito mais equilibrado.

Os jogos entre brasileiros e paraguios acontecem na mesma quadra onde foi disputado o Torneio da Costa do Sauípe, único evento de primeira linha da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) disputado no Brasil.

A quadra central do complexo, porém, foi readaptada. Dos 4.500 lugares disponíveis no torneio da ATP, restaram cerca de 3.200.

Segundo a assessoria da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), até o final da tarde de sexta haviam sido comercializados cerca de 2.000 ingressos. Na semana do Carnaval, enquanto o público vibrava com a campanha de Guga, que encerrou seu maior jejum no saibro, as conversas que resultaram no boicote eram acaloradas no corredores dos hotéis do complexo.

Foi durante o torneio, que os principais jogadores do país começaram a cogitar a não-participação contra o Paraguai. Na véspera do início do evento, o presidente da CBT, Nelson Nastás, anunciou que Jaime Oncins substituiria no comando da Confederação Ricardo Acioly no posto de capitão da equipe na Davis.

A troca aconteceu sem consulta aos tenistas, que já tinham restrições ao trabalho do dirigente. Nastás, que já enfrentava denúncias de irregularidades, viu o principal jogador do país condicionar sua participação na Davis com a sua saída da CBT.

Além disso, a atitude de Guga foi seguida pelos outros jogadores que formaram a equipe do país nos dois últimos confrontos.

Com a decisão dos tenistas, Oncins também entregou o cargo. Nastás, que com a ameaça de boicote havia dito que cumpriria seu mandato até o fim, em dezembro, decidiu então recuar.

Antecipou a eleição para 15 de maio, com o compromisso de não se candidatar e renunciar após a definição de seu sucessor, e deu autonomia aos jogadores para formar a comissão técnica. Os tenistas mantiveram a posição. E a CBT se viu a poucos dias do confronto sem time e capitão.

Foi formada uma equipe muito diferente da original. Sem um grande ídolo e sem experiência --o mais bem colocado é Marcos Daniel, 191 do mundo, e o único com partidas na Davis no currículo é Alexandre Simoni.

A maioria dos presidentes das federações que vão definir o novo presidente da CBT estão na Costa do Sauípe e querem aproveitar a presença da mídia para anunciar nomes para a disputa eleitoral.

Enquanto os dirigentes se preparam para a batalha, os jogadores já entram em ação. Às 10h, o número um do Brasil, Marcos Daniel, enfrenta o dois paraguaio, Francisco Rodrigues.

Na seqüência, Júlio Silva, que ganhou o posto de segundo do Brasil por uma questão estratégica, enfrenta Ramon Delgado.

Sábado, às 12h, Alexandre Simoni e Josh Goffi enfrentam Delgado e Paulo Carvallo. E no domingo acontece a inversão dos confrontos: Daniel enfrenta Delgado, às 10h, e Silva pega Rodrigues na quinta partida.

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