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19/05/2004
-
00h15
da Folha de S.Paulo
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, embora tenha feito um discurso conciliador, agradecendo a participação de todas as cidades na disputa pela Olimpíada de 2012, foi taxativo ao comentar a exclusão de Rio, Leipzig, Havana e Istambul da eleição.
"Separamos os meninos dos homens", afirmou o dirigente.
O belga disse que houve deficiência nos relatórios apresentados por essas candidaturas.
"Se nós retiramos os projetos da Turquia, de Cuba, da Alemanha e do Brasil, isso não indica que não acreditamos que esses países possam ser a sede dos Jogos. Quer dizer que seus relatórios não foram bons o suficiente", declarou.
As explicações do presidente do COI não deixaram satisfeitos os turcos. Yalcin Aksoy, diretor da candidatura de Istambul, usou a lógica para contestar Rogge.
"Por que nossa candidatura foi aceita há três anos e não agora? Houve alguma involução? Não. Muito pelo contrário. Então, o que mudou?", questionou Aksoy.
O dirigente estava inconformado por Istambul ter sido finalista na eleição anterior, pelos Jogos-08, mas ter ficado de fora agora.
Único país da União Européia a ter suas pretensões barradas logo no primeiro corte, a Alemanha lamentou a perda de investimentos futuros com a queda de Leipzig.
"Os gastos já realizados valeram a pena. Mas lamento muito. A candidatura de Leipzig foi extraordinária", disse o chanceler alemão Gerhard Schröder.
Havana, a outra cidade latino-americana eliminada da disputa olímpica, questionou a pouca importância dada a alguns critérios que a poderiam favorecer.
"O mérito esportivo, a capacidade de organização e o respaldo da opinião pública deveriam ter maior peso nas decisões do COI", disse José Fernández, presidente do Comitê Olímpico Cubano.
Quem espera lucrar com a saída de Rio e Havana da disputa é Madri. A cidade espanhola permanece como a única latina na eleição.
"Ter chegado até aqui mostra que fizemos um bom trabalho e conquistamos um enorme prestígio internacional", destacou o prefeito da capital espanhola, Alberto Gallardón. "Estou alegre, mas consciente de que aumentou a nossa responsabilidade."
Paris, dona da melhor classificação entre as finalistas, espera obter o apoio de boa parte da África para voltar a abrigar uma Olimpíada: foi sede em 1900 e 1924. "Estar nessa posição é uma honra, mas também um grande desafio", apontou Jean-François Lamour, ministro do Esporte da França.
Nova York festejou o fato de ser a única cidade não-européia a permanecer na disputa. "Dois obstáculos foram superados, só resta um", lembrou o prefeito Michael Bloomberg, referindo-se à eleição da cidade para ser a candidata dos EUA e ao corte de hoje.
Apesar disso, Bloomberg destacou que a disputa ainda está longe do desfecho. "A corrida pela organização dos Jogos não é uma prova de velocidade e sim uma maratona", comparou o prefeito.
Ciente disso, o presidente do Comitê Olímpico Russo, Leonid Tiagachov, crê que Moscou, que passou dessa fase com a menor pontuação, ainda poderá surpreender os gigantes. "Não devemos ter medo dos outros."
"Separamos meninos dos homens", diz presidente do COI
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O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, embora tenha feito um discurso conciliador, agradecendo a participação de todas as cidades na disputa pela Olimpíada de 2012, foi taxativo ao comentar a exclusão de Rio, Leipzig, Havana e Istambul da eleição.
"Separamos os meninos dos homens", afirmou o dirigente.
O belga disse que houve deficiência nos relatórios apresentados por essas candidaturas.
"Se nós retiramos os projetos da Turquia, de Cuba, da Alemanha e do Brasil, isso não indica que não acreditamos que esses países possam ser a sede dos Jogos. Quer dizer que seus relatórios não foram bons o suficiente", declarou.
As explicações do presidente do COI não deixaram satisfeitos os turcos. Yalcin Aksoy, diretor da candidatura de Istambul, usou a lógica para contestar Rogge.
"Por que nossa candidatura foi aceita há três anos e não agora? Houve alguma involução? Não. Muito pelo contrário. Então, o que mudou?", questionou Aksoy.
O dirigente estava inconformado por Istambul ter sido finalista na eleição anterior, pelos Jogos-08, mas ter ficado de fora agora.
Único país da União Européia a ter suas pretensões barradas logo no primeiro corte, a Alemanha lamentou a perda de investimentos futuros com a queda de Leipzig.
"Os gastos já realizados valeram a pena. Mas lamento muito. A candidatura de Leipzig foi extraordinária", disse o chanceler alemão Gerhard Schröder.
Havana, a outra cidade latino-americana eliminada da disputa olímpica, questionou a pouca importância dada a alguns critérios que a poderiam favorecer.
"O mérito esportivo, a capacidade de organização e o respaldo da opinião pública deveriam ter maior peso nas decisões do COI", disse José Fernández, presidente do Comitê Olímpico Cubano.
Quem espera lucrar com a saída de Rio e Havana da disputa é Madri. A cidade espanhola permanece como a única latina na eleição.
"Ter chegado até aqui mostra que fizemos um bom trabalho e conquistamos um enorme prestígio internacional", destacou o prefeito da capital espanhola, Alberto Gallardón. "Estou alegre, mas consciente de que aumentou a nossa responsabilidade."
Paris, dona da melhor classificação entre as finalistas, espera obter o apoio de boa parte da África para voltar a abrigar uma Olimpíada: foi sede em 1900 e 1924. "Estar nessa posição é uma honra, mas também um grande desafio", apontou Jean-François Lamour, ministro do Esporte da França.
Nova York festejou o fato de ser a única cidade não-européia a permanecer na disputa. "Dois obstáculos foram superados, só resta um", lembrou o prefeito Michael Bloomberg, referindo-se à eleição da cidade para ser a candidata dos EUA e ao corte de hoje.
Apesar disso, Bloomberg destacou que a disputa ainda está longe do desfecho. "A corrida pela organização dos Jogos não é uma prova de velocidade e sim uma maratona", comparou o prefeito.
Ciente disso, o presidente do Comitê Olímpico Russo, Leonid Tiagachov, crê que Moscou, que passou dessa fase com a menor pontuação, ainda poderá surpreender os gigantes. "Não devemos ter medo dos outros."
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