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02/07/2004 - 19h46

Após anunciar renúncia, Mosley atira contra equipes da F-1

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Magny-Cours

Não bastava a Max Mosley renunciar à presidência da FIA, atitude inédita nos cem anos da entidade. Não bastava detonar a maior crise da F-1 desde a morte de Ayrton Senna, em 1994. O dirigente fez questão de centrar fogo contra os chefes de equipe. Para o inglês, é deles, e só deles, a culpa pelo atual marasmo da categoria.

Mosley, 64, desabafou nesta sexta, em Magny-Cours, após os primeiros treinos do GP da França.

Ele não citou nomes. Propositalmente, generalizou. E fez uma previsão sombria: pilotos voltarão a morrer se a F-1 não mudar.

"Não me interesso mais em ficar horas e horas sentado com chefes de equipe e depois ver que tudo o que decidimos não é aplicado. É mais divertido ficar numa praia, lendo um livro", afirmou.

Presidente da entidade máxima do automobilismo desde 91, o advogado e físico Mosley anunciou na quinta que deixará o cargo em outubro, um ano antes do fim do mandato. "Um ano a mais no cargo só significaria um ano a mais de aborrecimentos", disse.

O motivo é a resistência que vem encontrando para implantar um novo pacote de segurança para a F-1. Para que essas mudanças sejam adotadas, é necessária a aprovação dos times. E esse é o problema. Equipes em dificuldades vêm barganhando seus votos por mais dinheiro. As grandes querem que tudo fique como está.

"A questão é que a categoria está muito rápida, e algo precisa ser feito. Desse jeito, logo voltaremos a ver pilotos morrendo."

Por ora, a renúncia de Mosley deixa a F-1 sem rumo. Nos últimos anos, nenhum dirigente manifestou vontade de comandar a FIA. E ainda não surgiram candidatos às eleições convocadas extraordinariamente para outubro.

Desde o início dos 80, os bastidores políticos do esporte não sofriam um abalo tão intenso. Em 82, um duelo entre Jean Marie Balestre, da Fisa --então o braço esportivo da FIA--, e Bernie Ecclestone e Mosley, defendendo as equipes, culminou com um boicote dos grandes times ingleses ao GP de San Marino, em Imola.

Ecclestone e Mosley venceram aquela batalha, mas hoje ele se disse arrependido: "O poder dos times talvez seja excessivo".

Como último ato, o inglês encaminhará no dia 6 mais uma tentativa de mudar as regras. Ele defende maior limitação no uso de pneus (dois jogos por final de semana) e de motores (um propulsor terá que durar dois GPs) e um corte na aerodinâmica em 2005.

Na pista, o dia foi considerado perdido pelos pilotos. Choveu nas duas sessões, o que não deve se repetir neste sábado, às 9h, na definição do grid. Rubens Barrichello foi o mais veloz, seguido por Cristiano da Matta. No domingo, a largada será no mesmo horário.

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