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24/07/2004 - 00h18

Final entre Brasil e Argentina salva Copa América do ostracismo

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FERNANDO MELLO
da Folha de S.Paulo, em Lima (PER)

Final dos sonhos para a Confederação Sul-Americana e para a organização da Copa América, o duelo Brasil x Argentina salvou a competição do ostracismo e, por linhas tortas, deu nova vida ao contestado torneio internacional.

Alvo de ataques de dirigentes, técnicos e jogadores, que chegaram a pedir sua extinção, o mais antigo torneio de seleções do mundo ainda em disputa ganhou "dimensão histórica", nas palavras de Carlos Alberto Parreira.

A inédita decisão de domingo foi capaz de mudar o discurso do técnico do Brasil, que antes do início do torneio dissera que a Copa América tinha pouca importância por ser 'apêndice do calendário'. "Dentro de campo, os jogos daqui são melhores que os da Eurocopa. Só perdemos no glamour, na logística e nos gramados."

A euforia que tomou conta das duas seleções finalistas e da organização pode ser sintetizada numa frase de J. Hawilla, dono da Traffic, que tem os direitos da Copa América: "É o máximo, é o corolário da Copa (do Mundo)".

O curioso é que a tabela não foi dirigida para os dois mais importantes países do continente disputarem a taça. Por pressão da federação local, os cruzamentos ideais foram manejados de forma a colocar Brasil x Peru na final. O duelo entre os arqui-rivais aconteceria, pela lógica, na fase semifinal.

O problema --que acabou sendo solução na visão dos organizadores-- é que tanto Brasil como Argentina tropeçaram na primeira fase e ficaram na segunda colocação em seus grupos.

"Sempre esperamos uma final Brasil x Argentina e nunca deu. É o jogo que todos querem assistir. Vai projetar a Copa América no mundo todo", disse Hawilla.

Embora nas ruas de Lima não se veja movimentação em torno da partida, os resultados econômicos do torneio foram comemorados pelas empresas que investiram na Copa América. A cúpula da Globo Esportes, por exemplo, não esperava tamanha audiência.

Na semifinal Brasil x Uruguai, a média girou em torno de 50 pontos no Ibope --jogos do Brasileiro dificilmente superam a marca de 25. Na goleada no México, domingo à noite, a média foi de 48.

Domingo, o Brasil deve pela primeira vez entrar em campos peruanos com o estádio com mais de 30 mil pessoas. Nos jogos na altitude de Arequipa, na fase inicial, o público deu as costas para a seleção B pelo fato de as estrelas terem sido poupadas por Parreira.

Segundo a Traffic, todos os 40 mil lugares do estádio Nacional de Lima já foram vendidos.

Com o fôlego obtido com a final mais esperada, a Traffic espera ganhar espaço para inchar a Copa América. No projeto da empresa, a competição teria, a partir da próxima edição, 16 equipes --dez da América do Sul e seis das Américas Central e do Norte.

Mas é justamente entre os finalistas que estão os maiores obstáculos para o sonho de Hawilla. Ricardo Teixeira (CBF) e Julio Grondona (Associação de Futebol Argentino) querem que a competição seja transformada em eliminatórias para a Copa-2010.

Especial
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