Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/07/2004 - 00h30

Ian Thorpe diz que já nadou contra atletas dopados

Publicidade

da Folha de S.Paulo

A natação andava à margem dos escândalos de doping. Mas uma declaração do atleta mais premiado da última Olimpíada deixou na quarta-feira os dirigentes da modalidade em maus lençóis.

Ian Thorpe, que pendurou quatro medalhas no peito --sendo três de ouro-- em Sydney-2000, disse em um programa de TV australiano que o combate ao uso de substâncias proibidas utilizado na natação não é eficaz.

"Quem acredita que as provas de Atenas estão livres do doping é ingênuo. Eu já nadei contra atletas que estavam dopados", disse.

Thorpe, 21, cujo apelido é "Thorpedo", não citou nomes, mas mesmo assim enfureceu os dirigentes. Após seu depoimento, a Federação Internacional de Natação divulgou nota oficial para condenar a atitude do atleta e apresentar a defesa.

De acordo com a entidade, "os últimos 11 anos foram marcados por avanços significativos no combate ao doping". A Fina também se auto-apregoa no comunicado "uma das federações internacionais que mais investem no controle de drogas no esporte".

Desde 2000, realizou 6.893 testes para detectar substâncias. Desse total, 2.884 foram em competições. Os outros 4.009 foram efetuados sem aviso prévio, durante o treinamento dos atletas.

Nesse período, 82 competidores acabaram suspensos, mas a única estrela de primeira grandeza do grupo foi a costa-riquenha Claudia Poll, que conquistou ouro nos 200 m livre em Atlanta-1996.

Coincidência ou não, o intervalo foi pródigo em recordes. Na Olimpíada de Sydney, 15 marcas mundiais foram batidas. Em 2001, no Mundial de Fukuoka (Japão), outras oito caíram. Por fim, em Barcelona, no ano passado, mais 14 tempos foram alterados no livro dos melhores da história.

Como comparação, o atletismo não viu nenhum recorde mundial ser superado nos últimos dois Mundiais nem nos últimos Jogos.

Só que, nesse mesmo espaço de tempo, várias estrelas das pistas foram barradas em testes de doping, como Dwain Chambers, velocista britânico flagrado com THG, e Kelli White, campeã mundial dos 100 m e 200 m, cujo exame apontou uso de estimulante.

Mais: a modalidade foi a grande afetada no escândalo do THG (tetraidrogestrinona), droga concebida em um laboratório dos EUA que tirou muitos atletas do mapa. Nas piscinas, ninguém foi flagrado com o esteróide, que melhora a força e a potência muscular.

As declarações de Thorpe já ecoaram e dividiram alguns atletas. Grant Hacket, seu companheiro na seleção australiana, engrossou o coro dos reclamantes.

"Sabemos que os atletas que usam drogas estão um passo adiante dos que controlam o uso de substâncias proibidas. Acho que já faz muito tempo que não existe uma Olimpíada livre do doping", declarou o nadador, recordista mundial dos 1.500 m.

Ex-campeã mundial e hoje presidente da Comissão de Atletas da Fina, a norte-americana Janet Evans seguiu o caminho oposto. "Tenho absoluta certeza: a política antidoping é suficiente para coibir quem busca burlar as regras. Eu sinceramente creio que a natação é um esporte limpo."

Especial
  • Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre Ian Thorpe
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página