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10/08/2004
-
09h00
FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Atenas
O discurso talvez seja mais ianque que o da delegação dos EUA.
Mas eles falam árabe. E, em vez de faixas e estrelas, levam no peito um emblema recém-concebido que mostra uma palmeira -símbolo de versatilidade e resistência- e os anéis olímpicos.
São iraquianos. São 46 no total, 25 atletas e 21 técnicos e cartolas. E, em uníssono, dizem que estão em Atenas para provar ao mundo que vêm de um "país normal".
"Queremos mudar a imagem do Iraque. Durante anos, tivemos muita publicidade negativa. Mas pedimos, agora, que a mídia comece a mostrar o lado positivo do nosso país, que só tem prosperado com o apoio dos EUA", afirmou Tiras Anwaya, diretor-geral do Comitê Olímpico Iraquiano.
A entidade, no seu atual formato, tem menos de um ano. Dirigida desde 1986 por Uday Hussein, foi desfiliada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) em maio de 2003. Dois meses depois, o filho do ex-ditador foi assassinado em Mossul pelas forças da coalização liderada pelos EUA.
No fim do ano passado, apoiado pelos ocupantes, o ex-jogador de basquete Ahmed Assamarai assumiu a presidência do comitê. Há menos de seis meses, o COI aceitou a volta dos iraquianos.
"Foi tudo muito rápido. Tivemos que começar do zero, buscar patrocinadores... Não estaríamos aqui se não tivéssemos sido libertados pelos EUA", disse Assamarai, em uma concorrida entrevista coletiva na Vila Olímpica.
Dos 25 atletas, 18 integram a seleção de futebol. O país competirá ainda na natação, no atletismo, no judô, no boxe, no taekwondo e no levantamento de peso. "Estamos representando o povo do Iraque. Isso é o que mais me empurra. Vou lutar com todas as minhas forças para provar que estamos de volta", disse o pugilista Najah Ali, 24. "A situação do país é mais estável, e a tendência é melhorar", falou Haider Lazim, 29, do judô.
Para motivar seus atletas, o comitê ofereceu prêmios: US$ 25 mil pelo ouro, US$ 15 mil pela prata e US$ 10 mil pelo bronze. Mas, consciente de que uma medalha em Atenas é quase impossível, afirma que a maior premiação será voltar para casa sem apanhar --Uday Hussein era acusado de torturar os atletas que falhavam em grandes competições. "Agora, os jogadores poderão chutar a gol sem medo de errar", disse o diretor Anwaya.
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Na Grécia, Iraque só quer provar que é "país normal"
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da Folha de S.Paulo, em Atenas
O discurso talvez seja mais ianque que o da delegação dos EUA.
Mas eles falam árabe. E, em vez de faixas e estrelas, levam no peito um emblema recém-concebido que mostra uma palmeira -símbolo de versatilidade e resistência- e os anéis olímpicos.
São iraquianos. São 46 no total, 25 atletas e 21 técnicos e cartolas. E, em uníssono, dizem que estão em Atenas para provar ao mundo que vêm de um "país normal".
"Queremos mudar a imagem do Iraque. Durante anos, tivemos muita publicidade negativa. Mas pedimos, agora, que a mídia comece a mostrar o lado positivo do nosso país, que só tem prosperado com o apoio dos EUA", afirmou Tiras Anwaya, diretor-geral do Comitê Olímpico Iraquiano.
A entidade, no seu atual formato, tem menos de um ano. Dirigida desde 1986 por Uday Hussein, foi desfiliada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) em maio de 2003. Dois meses depois, o filho do ex-ditador foi assassinado em Mossul pelas forças da coalização liderada pelos EUA.
No fim do ano passado, apoiado pelos ocupantes, o ex-jogador de basquete Ahmed Assamarai assumiu a presidência do comitê. Há menos de seis meses, o COI aceitou a volta dos iraquianos.
"Foi tudo muito rápido. Tivemos que começar do zero, buscar patrocinadores... Não estaríamos aqui se não tivéssemos sido libertados pelos EUA", disse Assamarai, em uma concorrida entrevista coletiva na Vila Olímpica.
Dos 25 atletas, 18 integram a seleção de futebol. O país competirá ainda na natação, no atletismo, no judô, no boxe, no taekwondo e no levantamento de peso. "Estamos representando o povo do Iraque. Isso é o que mais me empurra. Vou lutar com todas as minhas forças para provar que estamos de volta", disse o pugilista Najah Ali, 24. "A situação do país é mais estável, e a tendência é melhorar", falou Haider Lazim, 29, do judô.
Para motivar seus atletas, o comitê ofereceu prêmios: US$ 25 mil pelo ouro, US$ 15 mil pela prata e US$ 10 mil pelo bronze. Mas, consciente de que uma medalha em Atenas é quase impossível, afirma que a maior premiação será voltar para casa sem apanhar --Uday Hussein era acusado de torturar os atletas que falhavam em grandes competições. "Agora, os jogadores poderão chutar a gol sem medo de errar", disse o diretor Anwaya.
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