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14/08/2004
-
04h23
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Atenas
O brasileiro que mais medalhas disputa nesta Olimpíada vai à luta neste sábado. Ele é o gaúcho Mosiah Rodrigues, que compete --com pouca chance-- por sete pódios.
Mosiah, Daiane dos Santos e outras cinco ginastas representam em Atenas a modalidade que virou exceção no caminho seguido pela delegação brasileira, que historicamente obteve 52% de seus pódios em esportes coletivos.
A ginástica artística é um esporte notadamente individual --só 2 de seus 14 pódios são destinados a equipes --e que permite alcançar muitas medalhas. Computando ainda a ginástica rítmica e o trampolim, a Federação Internacional de Ginástica distribuirá na Grécia 54 medalhas, o que a coloca atrás apenas de suas congêneres de atletismo e natação.
Só que, do ponto de vista da competitividade, a ginástica oferece vantagens em relação aos outros dois esportes. Por exemplo: é mais fácil para um ginasta disputar várias medalhas (a eliminatória é a mesma) do que tentar diversos pódios na natação ou no atletismo (elas são separadas).
Seu poder multiplicador nos pódios é tamanho que a ginástica é responsável pelo homem e pela mulher que mais ganharam medalhas na história da Olimpíada: o soviéticos Nikolai Andrianov (15 pódios) e Laryssa Latynina (18).
Para o Brasil, Atenas pode representar a consagração de uma política iniciada nos anos 90, com a construção de um centro de treinamento em Curitiba para concentrar a seleção e revelar talentos. Nos últimos anos, diz a FIG, o país foi um dos que mais evoluíram.
"Foram os intercâmbios. Há muitos anos nós temos feito intercâmbios", diz Yumi Sawasato, a única jurada do país no torneio feminino de ginástica.
Já a ex-técnica do Flamengo Georgette Vidor credita o atual momento ao talento de Daiane. "Não é obra de ninguém. Some-se a isso uma lei que ajudou financeiramente a confederação. Deu tudo certo ao mesmo tempo."
Ela se refere à Lei Piva, assinada em 2001. Cabe notar, porém, que naquele ano, ainda sem o dinheiro da lei ter sido repassado, Daniele Hypólito, e não Daiane, já chegava à prata no Mundial.
A escalada de resultados, aliás, já começara a se desenhar um ano antes, quando Daniele alcançou em Sydney o melhor resultado olímpico do país, o 20º lugar, e a confederação alinhavou a vinda do técnico Oleg Ostapenko.
Da chegada do ucraniano até a liberação de verbas da Lei Piva (em 2003 a CBG recebeu pelo menos R$ 1.585.677,48) e do Solidariedade Olímpica, o país voltou a ter eventos internacionais e viu seu maior feito há um ano, quando classificou pela primeira vez a seleção para os Jogos e viu Daiane sagrar-se campeã.
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre Mosiah Rodrigues
Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
Exceção, ginástica é nova via para pódio para o Brasil
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ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Atenas
O brasileiro que mais medalhas disputa nesta Olimpíada vai à luta neste sábado. Ele é o gaúcho Mosiah Rodrigues, que compete --com pouca chance-- por sete pódios.
Mosiah, Daiane dos Santos e outras cinco ginastas representam em Atenas a modalidade que virou exceção no caminho seguido pela delegação brasileira, que historicamente obteve 52% de seus pódios em esportes coletivos.
A ginástica artística é um esporte notadamente individual --só 2 de seus 14 pódios são destinados a equipes --e que permite alcançar muitas medalhas. Computando ainda a ginástica rítmica e o trampolim, a Federação Internacional de Ginástica distribuirá na Grécia 54 medalhas, o que a coloca atrás apenas de suas congêneres de atletismo e natação.
Só que, do ponto de vista da competitividade, a ginástica oferece vantagens em relação aos outros dois esportes. Por exemplo: é mais fácil para um ginasta disputar várias medalhas (a eliminatória é a mesma) do que tentar diversos pódios na natação ou no atletismo (elas são separadas).
Seu poder multiplicador nos pódios é tamanho que a ginástica é responsável pelo homem e pela mulher que mais ganharam medalhas na história da Olimpíada: o soviéticos Nikolai Andrianov (15 pódios) e Laryssa Latynina (18).
Para o Brasil, Atenas pode representar a consagração de uma política iniciada nos anos 90, com a construção de um centro de treinamento em Curitiba para concentrar a seleção e revelar talentos. Nos últimos anos, diz a FIG, o país foi um dos que mais evoluíram.
"Foram os intercâmbios. Há muitos anos nós temos feito intercâmbios", diz Yumi Sawasato, a única jurada do país no torneio feminino de ginástica.
Já a ex-técnica do Flamengo Georgette Vidor credita o atual momento ao talento de Daiane. "Não é obra de ninguém. Some-se a isso uma lei que ajudou financeiramente a confederação. Deu tudo certo ao mesmo tempo."
Ela se refere à Lei Piva, assinada em 2001. Cabe notar, porém, que naquele ano, ainda sem o dinheiro da lei ter sido repassado, Daniele Hypólito, e não Daiane, já chegava à prata no Mundial.
A escalada de resultados, aliás, já começara a se desenhar um ano antes, quando Daniele alcançou em Sydney o melhor resultado olímpico do país, o 20º lugar, e a confederação alinhavou a vinda do técnico Oleg Ostapenko.
Da chegada do ucraniano até a liberação de verbas da Lei Piva (em 2003 a CBG recebeu pelo menos R$ 1.585.677,48) e do Solidariedade Olímpica, o país voltou a ter eventos internacionais e viu seu maior feito há um ano, quando classificou pela primeira vez a seleção para os Jogos e viu Daiane sagrar-se campeã.
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