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18/08/2004 - 12h25

Medalha de bronze, judoca Flávio Canto diz ser mais útil com projeto na Rocinha

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SÉRGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio

O judoca Flávio Canto relacionou a conquista do bronze na terça-feira nos Jogos de Atenas com o projeto social que mantém nas favelas da Rocinha (zona sul do Rio) e de Cidade de Deus (zona oeste).

"Espero que a medalha ajude a fortalecer o projeto, a trazer essas pessoas de volta à sociedade", disse Canto, da categoria meio-médio, segundo atleta do Brasil a conquistar uma medalha na capital grega.

"Acho que sou mais útil à sociedade fazendo esse trabalho. Vivemos em um país pobre."

Cerca de 600 meninos e meninas das duas comunidades praticam judô e jiu-jitsu sem pagar nada, graças a um projeto idealizado pelo judoca. O trabalho assistencial de Canto começou há três anos na Rocinha, considerada a maior favela carioca, com cerca de 57 mil habitantes, de acordo com o Censo 2000 do IBGE.

O próprio Canto, às quartas, dá aulas na favela, onde o projeto atende a cerca de 150 crianças e adolescentes, de 4 a 18 anos.

A ligação do judoca com a Rocinha vem desde 2001. Ele dava aulas de judô na Universidade Gama Filho, que organizara um projeto esportivo de atendimento a crianças e adolescentes em comunidades pobres. Voluntário, Canto seguiu dando aulas na Rocinha quando a universidade deixou o projeto. No início de 2003, fundou a organização não-governamental Instituto Reação, que logo conseguiu o apoio da prefeitura.

As aulas, em um prédio em frente à Rocinha, também são dadas pelo judoca Eduardo Soares, o Duda, por um professor de jiu-jitsu e por um monitor da comunidade, escolhido entre alunos que se destacaram.

Diretor-geral do Instituto Reação, Canto conseguiu, também em 2003, estender o projeto até a favela de Cidade de Deus, onde o veterano treinador de judô Geraldo Bernardes já mantinha um trabalho semelhante ao desenvolvido na Rocinha. O projeto na Cidade de Deus atende a 450 crianças.

Nas duas favelas, a condição para que a criança e o adolescente tenham aulas de judô é que estejam matriculados em escolas.

Embora a proposta seja a de atender menores de 18 anos, os alunos que chegam à maioridade não são dispensados. Eles continuam praticando o esporte e convivendo com os demais alunos.

Especial
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