21/08/2004 - 11h51

Bicampeões mundiais, sérvios sofrem mais que os EUA no basquete masculino

da Folha Online

Em meio ao frisson causado pelas más atuações e pela primeira derrota desde Seul-88 da seleção norte-americana de basquete, o péssimo desempenho de outra equipe favorita tem passado quase despercebido. Atual bicampeã mundial masculina da modalidade, a seleção de Sérvia e Montenegro está quase eliminada dos Jogos Olímpicos de Atenas, ainda na primeira fase.

O time dos EUA perdeu para Porto Rico por 92 a 73, logo na estréia, mas vem se recuperando, com vitórias sobre Grécia (77 a 71) e Austrália (89 a 79). Os norte-americanos enfrentam a forte Lituânia ainda neste sábado. Se vencerem, praticamente garantem uma vaga nas quartas-de-final.

Por sua vez, os sérvios estrearam com uma derrota apertada para a Argentina, vice-campeã mundial, por 83 a 82, com uma cesta do ala-armador Emanuel Ginobili no último segundo. Na rodada seguinte, ganhou da Itália (74 a 72), mas perdeu em seguida para a Nova Zelândia (90 a 87).

Neste sábado, o time perdeu novamente, para a Espanha, por 76 a 68, e vai precisar de uma vitória sobre a China, do superpivô Yao Ming, na última rodada, para seguir do torneio.

As fracas trajetórias de sérvios e norte-americanos, que eram apontados como prováveis finalistas, estão diretamente relacionadas às ausências de suas principais estrelas.

Pelo menos 14 dos maiores jogadores da NBA, entre eles o pivô Shaquille O'Neal, o ala-pivô Kevin Garnett e os alas-armadores Kobe Bryant e Tracy McGrady, recusaram convites para defender o time dos EUA, antes conhecido como "Dream Team" (time dos sonhos).

Do lado de Sérvia e Montenegro, além de diversos jogadores contundidos, a principal estrela, o ala Peja Stojakovic, que joga na NBA, também se recusou a defender a equipe na Olimpíada. O pivô Vlade Divac, primeiro atleta do país a atuar na liga profissional norte-americana, se aposentou da seleção.

Com isso, os dois times tiveram de recorrer a jogadores menos experientes, como os novatos LeBron James, Carmelo Anthony, Dwyane Wade e Emeka Okafor, no caso dos EUA, e Vladimir Radmanovic, Nenad Krstic e Darko Milicic, entre os sérvios. Nas mãos dos mais jovens, o caminho das duas equipes até o ouro fica mais complicado.

Enquanto isso, outras equipes melhoram seu desempenho. A Argentina, que neste sábado venceu a Nova Zelândia por 98 a 94, tem vaga nas quartas, assim como a Espanha, que chegou à quarta vitória consecutiva contra os sérvios e lidera o Grupo A, invicta. No Grupo B, a Lituânia, outra equipe que ainda não perdeu, joga sua invencibilidade contra os EUA.

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