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23/08/2004 - 05h32

Prodígio americano faz trapalhada e dispara certo no alvo errado

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da Folha de S.Paulo, em Atenas

O americano Matthew Emmons acordou no domingo coberto de glórias, sentindo-se um herói. Foi dormir com o título de maior trapalhão dos Jogos de Atenas, um dos maiores da história olímpica.

Aos 23 anos, estudante de contabilidade da Universidade do Alasca, o americano é considerado um prodígio do tiro.

Começou no esporte aos 14 anos, treinado por um agente do FBI e, quando tinha 19, por muito pouco não conseguiu se classificar para competir em Sydney, há quatro anos. Atenas, entretanto, ele não deixou escapar. E brilhou nas seletivas dos EUA.

Emmons tornou-se o primeiro americano em 40 anos a conseguir vagas para a Olimpíada em três categorias. Já em território grego, voltou a fazer história. Na sexta, levou o ouro na categoria carabina deitado 50 m.

Nunca um americano havia conquistado, na seqüência, um Mundial e um título olímpico no mesmo evento. Foi o bastante para que ele fosse festejado como um herói. No sábado, concedeu entrevista coletiva no centro de imprensa dos Jogos, falou à NBC, virou celebridade instantânea.

Mas o dia acabou. E chegou o domingo. Ontem foi a vez de disputar a categoria carabina três posições 50 m, em que o atirador realiza disparos deitado, de joelhos e em pé.

Emmons começou bem. Muito bem, aliás. Liderou toda a prova e chegou à rodada final com três pontos de vantagem sobre o chinês Jia Zhanbo. Era o virtual vencedor. Nada tiraria o seu ouro.

Nada normal. Porque o que ocorreu então foi surpreendente.

Emmons tinha só mais um tiro. Ele se preparou, tomou posição, disparou. Mas seu alvo continuou intacto. Incólume. Ileso.

Ninguém entendeu nada. "Eu atirei, vocês viram, eu atirei", disse o americano, preocupado, aos três oficiais que foram investigar o que estava se passando.

Foram alguns minutos de confusão. E veio então a constatação da trapalhada: o americano mirou no alvo de um vizinho de competição, o austríaco Christian Planner, então quinto colocado.

Como não acertou seu alvo, Emmons ficou com zero ponto na última rodada. Na soma, terminou a prova em oitavo lugar. Foi o último entre os finalistas.

Como se não bastasse, seu tiro foi o terceiro melhor das finais. E foi o melhor no alvo de Planner. O "presente" alçou o austríaco à terceira colocação. Foi bronze.

"Meu último tiro foi o melhor. Sou um cara de sorte", disse, ainda em êxtase, o dono do alvo.

Inconsolável, sem falar com ninguém, o americano Matthew Emmons saiu do centro de tiro. E entrou para o folclore dos Jogos Olímpicos.

Especial
  • Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre tiro em Atenas
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
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